Para variar, acordei cedo. Para não acordar meu povo, fui
sentar numa praça silenciosa e divagar um pouco sobre o ano que inicia.
Qual a minha surpresa ao identificar um mundo paralelo
naquele pseudo silêncio. A cada instante era o som de um pássaro, de um grilo e
de dezenas de insetos. Procurei vê-los e só consegui ver meia dúzia. Mas sabia
que todos estavam lá.
De repente uma assanhada cigarra resolveu entrar no
páreo, o céu foi cortado por escandalosas maritacas, o galo cantou lá longe e
os de outros cantos responderam.
Eu percebi que meus ouvidos estavam desatentos ao som
contagiante do desfile invisível da escola Agremiação Natureza em Foco.
Talvez isso seja um aviso para estar mais atento no ano
que se inicia àquilo que não se vê, mas pode ser sentido, afinal, o essencial é
invisível aos olhos!
Havia encerrado esse texto aqui, mas ainda cabe uma
reflexão: Quantas vezes Deus fala conosco e estamos desatentos ou fazendo
ouvido de mercador? Vale lembrar a sua multiforme graça (I Pedro 4.10)
que faz com que Deus fale de diversas maneiras.
Você já parou para ouvir Deus falar hoje? De repente Ele
está lhe falando e você está desatento, mesmo com o pseudo silêncio. A
natureza fala. "Os céus proclamam a
glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Salmos
19.1).
Talvez seja o momento de parar de fazer tudo e ouvir o
som do invisível! Boa descoberta!