Falar em marketing no meio evangélico soa mal, pois parece
que se está juntando o santo ao profano.
Talvez essa concepção venha da ideia de que marketing é uma
estratégia para que produtos e serviços sejam consumidos, pela indução através de
informações ao consumidor, visando tão somente ao lucro.
Ainda que se tenha essa ideia de “induzir” alguém, não seria
exatamente essa a intenção do “pregar o evangelho por todo mundo?”, afinal,
parte-se de uma declaração, seguida de demonstração e culmina com a seguinte
pergunta: você aceita?
Mas se o marketing nas igrejas não é algo profano, qual o
objetivo dele? Para responder a questão, temos que entender que o marketing não
é somente “propaganda”, mas uma técnica, onde a propaganda é uma das
ferramentas.
O mix de marketing é composto pelos 4P´s: produto, preço,
praça e promoção. Será que podemos encaixar cada um desses P`s nas ações das
igrejas? Tentemos.
Qual o produto que a igreja “comercializa”?
Aqui a palavra produto é usada de forma genérica e pode
também se estender a serviço (envolve também marcas, embalagens, serviços aos
clientes, etc) de forma que a pergunta fica melhor se agregada esta
ideia. Logo, para que o mix de marketing possa ser usado pela igreja, devo
entender que ela oferece “serviço” a sua comunidade interna e externa.
O
produto deve ser desejado pelo cliente, estar dentro das suas expectativas e
satisfazer suas necessidades.
Não seriam a comunhão, o louvor e a adoração conjunta o
relacionamento com as pessoas de fora, o produto (serviço) com que a igreja
trabalha? Deus não é mercadoria, mas se as pessoas cada vez mais têm sede de
Deus, elas precisam experimentar a sua fonte e comer do seu pão. As pessoas
precisam consumir Deus e experimentar o produto acima de qualquer outro: a
salvação.
Qual o preço que se paga por consumir Deus?
Nada é de graça. O preço foi pago na cruz, de forma que tudo
foi consumado, não havendo dívida, pois a mesma foi riscada com o sangue na
cruz do calvário (Col 2.14). Todavia, os seguidores de Jesus possuem o preço da
renúncia, o preço da exclusividade, o preço da santificação. Quem quer consumir
Deus precisa estar disposto a pagar um preço, não o preço.
Em
que praça se anuncia que Deus é consumível?