quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Consumindo Deus através do marketing


         Falar em marketing no meio evangélico soa mal, pois parece que se está juntando o santo ao profano.
         Talvez essa concepção venha da ideia de que marketing é uma estratégia para que produtos e serviços sejam consumidos, pela indução através de informações ao consumidor, visando tão somente ao lucro.
         Ainda que se tenha essa ideia de “induzir” alguém, não seria exatamente essa a intenção do “pregar o evangelho por todo mundo?”, afinal, parte-se de uma declaração, seguida de demonstração e culmina com a seguinte pergunta: você aceita?
         Mas se o marketing nas igrejas não é algo profano, qual o objetivo dele? Para responder a questão, temos que entender que o marketing não é somente “propaganda”, mas uma técnica, onde a propaganda é uma das ferramentas.
         O mix de marketing é composto pelos 4P´s: produto, preço, praça e promoção. Será que podemos encaixar cada um desses P`s nas ações das igrejas? Tentemos.
         Qual o produto que a igreja “comercializa”?
         Aqui a palavra produto é usada de forma genérica e pode também se estender a serviço (envolve também marcas, embalagens, serviços aos clientes, etc)  de forma que a pergunta fica melhor se agregada esta ideia. Logo, para que o mix de marketing possa ser usado pela igreja, devo entender que ela oferece “serviço” a sua comunidade interna e externa.
O produto deve ser desejado pelo cliente, estar dentro das suas expectativas e satisfazer suas necessidades.
         Não seriam a comunhão, o louvor e a adoração conjunta o relacionamento com as pessoas de fora, o produto (serviço) com que a igreja trabalha? Deus não é mercadoria, mas se as pessoas cada vez mais têm sede de Deus, elas precisam experimentar a sua fonte e comer do seu pão. As pessoas precisam consumir Deus e experimentar o produto acima de qualquer outro: a salvação.
         Qual o preço que se paga por consumir Deus?
         Nada é de graça. O preço foi pago na cruz, de forma que tudo foi consumado, não havendo dívida, pois a mesma foi riscada com o sangue na cruz do calvário (Col 2.14). Todavia, os seguidores de Jesus possuem o preço da renúncia, o preço da exclusividade, o preço da santificação. Quem quer consumir Deus precisa estar disposto a pagar um preço, não o preço. 
Em que praça se anuncia que Deus é consumível?

         A resposta se encontra em Atos 1:8, quando a ordem de Jesus foi clara: primeiro começar na praça da Judeia, em seguida na praça de Samaria e por fim, até os confins da terra. A praça é grande e poucos os anunciadores. 

 

Como promover o consumo de Deus?

 

         Promover nada mais é que fazer o produto conhecido. Como será conhecido se não for anunciado, promovido? Como aceitarão se não há quem pregue e como pregarão se não forem enviados? Como consumirão se não tem quem promova a missão?

 

         As perguntas acima deixam claro que a igreja não pode ficar dentro das quatro paredes se quiser ampliar sua praça. Ela precisa cair na graça do povo e isso deve ser feito com estratégia inteligente da promoção a todos, em todo lugar, em todo tempo.

 

         Hoje cada cristão é responsável pelo marketing de sua fé, sendo este o testemunho de que está tão satisfeito com o produto adquirido  que precisa de forma altruísta compartilhá-lo com seus semelhantes, a fim de que todos possam gozar da mesma satisfação, aliás, a satisfação para quem consome Deus é garantida (aqui não se fala em dinheiro de volta).

 

         Por fim, a igreja precisa se especializar no marketing cristão, pois o mercado é competitivo, considerando as denominações satânicas, os falsos profetas, as ofertas deste mundo e as hostes satânicas que operam em regiões celestiais.

 

         Se o coração do marketing da empresa nada mais é do que sua estratégia e seu plano de ação para atingir resultados, o marketing cristão está ligado ao coração de Deus, o qual deseja que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao pleno conhecimento da verdade: só Jesus Cristo Salva.