quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Consumindo Deus através do marketing


         Falar em marketing no meio evangélico soa mal, pois parece que se está juntando o santo ao profano.
         Talvez essa concepção venha da ideia de que marketing é uma estratégia para que produtos e serviços sejam consumidos, pela indução através de informações ao consumidor, visando tão somente ao lucro.
         Ainda que se tenha essa ideia de “induzir” alguém, não seria exatamente essa a intenção do “pregar o evangelho por todo mundo?”, afinal, parte-se de uma declaração, seguida de demonstração e culmina com a seguinte pergunta: você aceita?
         Mas se o marketing nas igrejas não é algo profano, qual o objetivo dele? Para responder a questão, temos que entender que o marketing não é somente “propaganda”, mas uma técnica, onde a propaganda é uma das ferramentas.
         O mix de marketing é composto pelos 4P´s: produto, preço, praça e promoção. Será que podemos encaixar cada um desses P`s nas ações das igrejas? Tentemos.
         Qual o produto que a igreja “comercializa”?
         Aqui a palavra produto é usada de forma genérica e pode também se estender a serviço (envolve também marcas, embalagens, serviços aos clientes, etc)  de forma que a pergunta fica melhor se agregada esta ideia. Logo, para que o mix de marketing possa ser usado pela igreja, devo entender que ela oferece “serviço” a sua comunidade interna e externa.
O produto deve ser desejado pelo cliente, estar dentro das suas expectativas e satisfazer suas necessidades.
         Não seriam a comunhão, o louvor e a adoração conjunta o relacionamento com as pessoas de fora, o produto (serviço) com que a igreja trabalha? Deus não é mercadoria, mas se as pessoas cada vez mais têm sede de Deus, elas precisam experimentar a sua fonte e comer do seu pão. As pessoas precisam consumir Deus e experimentar o produto acima de qualquer outro: a salvação.
         Qual o preço que se paga por consumir Deus?
         Nada é de graça. O preço foi pago na cruz, de forma que tudo foi consumado, não havendo dívida, pois a mesma foi riscada com o sangue na cruz do calvário (Col 2.14). Todavia, os seguidores de Jesus possuem o preço da renúncia, o preço da exclusividade, o preço da santificação. Quem quer consumir Deus precisa estar disposto a pagar um preço, não o preço. 
Em que praça se anuncia que Deus é consumível?

         A resposta se encontra em Atos 1:8, quando a ordem de Jesus foi clara: primeiro começar na praça da Judeia, em seguida na praça de Samaria e por fim, até os confins da terra. A praça é grande e poucos os anunciadores. 

 

Como promover o consumo de Deus?

 

         Promover nada mais é que fazer o produto conhecido. Como será conhecido se não for anunciado, promovido? Como aceitarão se não há quem pregue e como pregarão se não forem enviados? Como consumirão se não tem quem promova a missão?

 

         As perguntas acima deixam claro que a igreja não pode ficar dentro das quatro paredes se quiser ampliar sua praça. Ela precisa cair na graça do povo e isso deve ser feito com estratégia inteligente da promoção a todos, em todo lugar, em todo tempo.

 

         Hoje cada cristão é responsável pelo marketing de sua fé, sendo este o testemunho de que está tão satisfeito com o produto adquirido  que precisa de forma altruísta compartilhá-lo com seus semelhantes, a fim de que todos possam gozar da mesma satisfação, aliás, a satisfação para quem consome Deus é garantida (aqui não se fala em dinheiro de volta).

 

         Por fim, a igreja precisa se especializar no marketing cristão, pois o mercado é competitivo, considerando as denominações satânicas, os falsos profetas, as ofertas deste mundo e as hostes satânicas que operam em regiões celestiais.

 

         Se o coração do marketing da empresa nada mais é do que sua estratégia e seu plano de ação para atingir resultados, o marketing cristão está ligado ao coração de Deus, o qual deseja que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao pleno conhecimento da verdade: só Jesus Cristo Salva.

 


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Consciência negra


Um Joaquim incomoda muita gente
O Joaquim Barbosa incomoda muito mais!
Um Joaquim liberta muita gente
O Joaquim Nabuco libertou muito mais
E se é o José quem patrocina
O José do Patrocínio patrocina muito mais
Um João faz sala
O João Cândido é o mestre sala dos mares
Pepe fez muitos gols
Porém Pelé fez mais gols com arte e magia
O Antônio pode ser um artista
Mas não se compara com Antônio Francisco Lisboa
O Aleijadinho
E se Antônio Pecci fez uma bela Aquarela
Milton Nascimento fez aquarela com Coração de Estudante!
No dia da consciência
Que se tenha mais do que consciência
Que se tenha esperança!

(Caó)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Masterchef - A cozinha ensina para a vida



            Talvez meu caro leitor não assista ao programa Masterchef Brasil. Assim sendo, evidenciarei bem os casos que quero comentar.
            No último episódio, dois competidores foram para a eliminação: Lucas e Fernando. Os dois cometeram erros gravíssimos que podem servir de alerta para nossas vidas, mesmo fora da cozinha.
            O participante Lucas errou duas vezes. Na primeira, quando a prova era fazer um simples bife à milanesa, ele inventou fazer uma maionese, perdendo totalmente o foco, prejudicando o prato principal.
            Muitas vezes pagamos o preço por perder o foco e investir nossas energias em coisas que não nos darão retorno. Ao contrário, essas coisas só vão tomar nosso tempo, sugar nossas energias e nos deixar vulneráveis quanto ao resultado final.
            No mesmo episódio, Lucas teria que fazer uma linguiça com os ingredientes propostos e ainda providenciar acompanhamento. A linguiça ficou crua e o molho à campanha escolhido não foi uma boa opção, pois o caldo deste escorreu para o prato principal. Um dos jurados observou que o molho nunca é servido com o prato principal, mas à parte para não ocorrer que o caldo deixe o prato molhado.
            Na vida também fazemos escolhas erradas e não observamos as regras universais mais simples e do conhecimento de todos. Quando isso acontece, outras áreas são envolvidas e prejudicadas, deixando a vida crua e sem sabor.
            Fernando é conhecido por sua teimosia. Isso lhe custou perda de pontos ao fazer um bife fora dos padrões. O mesmo ocorreu quando fez a linguiça e o acompanhamento. Os chefes o alertaram que o pretendido prato de família além de complexo, demandaria tempo. Todavia, desconsiderando os avisos e querendo algo inovador e desafiante, não conseguiu finalizar com eficiência, amargando duras críticas dos jurados. Aliás, foi-lhe dito que seria um desastre na cozinha, pois não costuma ouvir os conselhos, sendo que cozinhar em um restaurante é ato conjunto, exigindo a cooperação de cada integrante.
            Quantos de nós agimos da mesma maneira que o Fernando quando não ouvimos os conselhos e ainda desconsideramos as consequências de um empreendimento que tem tudo para o insucesso?  A vida é simples e às vezes a complicamos, ignorando que nem sempre o que deu certo para uma pessoa ou num determinado momento será coroado de êxito por outra pessoa, em outro momento.
            A vida sempre dá oportunidades de recomeçar. Fernando errou muitas vezes e por pouco não viu seu sonho terminar. Lucas foi eliminado. Todavia, ele sempre foi alertado a seguir a receita e inovar na hora certa e não em horas especiais em que o erro seria fatal.
            Também temos várias oportunidades na vida, pois sempre nos é dado um aviso quando o limite está perto. Se quisermos seguir no jogo da vida, precisamos ser cautelosos e aprender com os erros e não mais cometê-los, pois ir para final pode até fazer parte do jogo, mas ser eliminado é ter que entregar o avental e saber que é o fim da linha, o término de um sonho, a impossibilidade de conseguir o almejado prêmio.
            Vivamos com o tempero simples da vida para nunca perdemos o sabor e o aroma que ela nos proporciona e sermos sempre campeões.


             Carlos Alberto Betinho

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Justiça social – e eu com isso?


        
Se há algo que está em moda hoje em dia é falar mal dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Na verdade não é “estar na moda”, mas a injustiça reinante faz com que nossa indignação se transforme em protestos e inconformismo.
A corrupção está generalizada e toma conta dos poderes constituídos e dos cidadãos sem preceitos éticos e morais, a tal ponto que subverteram o Direito.
Hoje temos autoridades que desviaram milhões de reais ainda exercendo o poder; pessoas do alto escalão condenadas, mas soltas por terem bons advogados e que manuseiam bem os chamados remédios jurídicos. Todavia, encontram-se encarcerado o pobre que furtou um pacote de biscoito no mercado para saciar sua fome.
Quando falo do furto famélico não exalto a ilicitude do furto, mas vejo que a balança está grandemente desequilibrada, usando dois pesos e duas medidas. Há muitos presos com direito à liberdade, pois já cumpriram suas penas, mas não há quem interceda por eles.
Essa história não é nova e quando lemos o livro do profeta Amós vemos que sua missão foi denunciar a injustiça social que imperava no seu tempo, diante da deterioração da moralidade e da justiça social.
O livro mostra que os juízes tendiam suas decisões a favor dos ricos, evidencia o tráfico de pessoas, salienta a questão do suborno, da expropriação de terras, da opressão aos pobres, da exploração do semelhante para conseguir riquezas, do sentimento de vingança, da crueldade, da falsa amizade, religiosos fazendo o jogo do poder por medo de colocar seus sustentos em riscos. Se alguém pegar este parágrafo isolado vai pensar que falamos dos dias atuais, mas é uma verdade que data de 765 a 750 a.C.
Mas a pergunta que não quer calar: o que tenho a ver com isso? O que a igreja tem com a injustiça social, se não é cometida por ela?
Para não ficar algo pessoal, vou repetir as frases retiradas da revista Palavra e Vida, Lição 4, cujo tema é Justiça Social: acomodação ou denúncia?
“Denunciar a injustiça deve ser uma atitude de coerência com a fé cristã”.
“Denunciar é muito mais do que murmurar, é ser partícipe da solução”.
“...todos precisam ser iguais no respeito, dignidade, convivência e direitos”.
“Explorar as pessoas e usá-las para conseguir riquezas sempre será uma injustiça”.
“Deus detesta quando alguém diz que é amigo e age como inimigo”.
“Sentimento de vingança perpétua é impor injustiça”.
“A ética não se mede pelo valor, pelo montante. A corrupção está numa simples moeda”.
“Tribunais que favorecem os ricos e poderosos serão alvos da manifestação da ira de Deus”.
Muitas outras frases e versículos poderiam ser mencionados, mas deixo o versículo 12 de Amós 4 que diz “... prepara-te, ó Israel para te encontrares com o teu Deus”.
Por fim, o texto da lição é claro ao afirmar que a verdadeira religião preza por justiça social e que, como luz e sal da terra, não podemos nos omitir, nos calar e nos esconder debaixo da cama.
Para pensar e agir: Eu e você somos defensores da justiça ou instrumentos da injustiça?
As nações não ficaram impunes e os injustos deste século também não ficarão.

Amém!

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Ser uma pessoa melhor


             Ser uma pessoa melhor – esta é a meta!
            Em todas as manhãs quando acordo, peço a             Deus para ser uma pessoa melhor do que fui no dia anterior. Mas todas as vezes que deito para dormir, vejo como eu poderia fazer diferente e ser, pelo menos, a pessoa que Deus deseja que eu seja.
          Peço a Deus que me livre dos maus pensamentos, das ações impensadas e do conformismo com a sociedade de consumo, da indiferença e da hipocrisia.
             Rogo para que não seja indiferente às necessidades do meu semelhante e que possa fazer tudo que estiver ao meu alcance para valorizar e resgatar o próximo que está tão próximo. Sei que não vou salvar o mundo, mas se posso salvar o mundo de uma pessoa, todo esforço será pouco para conseguir o intento.
          Clamo para que não seja infiel aos princípios sedimentados ao longo do tempo, mas confesso que os tenho revisitado a cada manhã para que não seja somente um dogma, mas uma realidade vivida, experimentada e internalizada.
           Por fim, oro para que tenha a oportunidade de passar pelo mundo e deixar uma marca para que alguém olhe e se sinta motivada a ser também diferente, buscando o seu melhor e certamente sendo melhor do que o meu melhor que consegui deixar como prova de que é possível sempre melhorar a cada instante!
           Vou ser melhor hoje do que fui ontem. Será que consigo? E você? 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

COISAS DO CADU!

Guardem o nome desse projeto: COISAS DO CADU! Você ainda ouvirá falar dele!
Veja mais em https://www.catarse.me/pt/coisasdocaduolivro


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Ser negro


            Dificilmente abordo temas raciais, pois acredito que quanto mais falo de diferenças, mais as evidencio. Se todos são iguais, não faz sentido falar em direitos do negro, defesa do índio e outros mais, mas sim da dignidade que a pessoa humana merece.
            Entretanto, nesta semana li uma publicação aparentemente inocente que reafirmou minha crença que o estereótipo do negro não é marcado tão somente pelos lábios grossos e pele negra, há um pouco de generalização, que as pessoas insistem em repetir sem conhecimento de causa.
            Essa coisa do estereótipo é interessante, pois até mesmo a região de origem pode taxar a pessoa, como no caso do carioca. Nós, da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, temos a fama de esperto, malandro, aproveitador e pouco chegado ao trabalho. Apesar de adorarem nosso humor, nossa hospitalidade e nosso trato quase fraternal com quem mal conhecemos, carregamos a pecha de tirar proveito em qualquer situação, o que provoca desconfiança à primeira vista. Ainda bem que não é a primeira impressão a que fica.
            Daí as pessoas agirem de forma contraditória quando se está diante de uma situação inesperada, chegando as declarações serem inusitadas. Se tem uma coisa que me chateia é quando me chamam de “doutor”. Por que doutor se não fiz doutorado? Talvez seja por isso que tenho dificuldade de chamar até médico de doutor. Qualquer “engravatado” quer ostentar um título que não possui: “pode me chamar de Doutor Fulano de Tal”. Dá vontade de perguntar: Qual foi sua tese de seu doutorado?
            Ser negro no Brasil é ser negro. Assim como ser branco é ser branco. O problema é quando se compara negro com branco, negro com criminalidade, negro com violência, negro com cota social, negro com alma branca e coisa do gênero...  aí coisa fica desigual.
            Talvez valha a pena fazer uma declaração: ser negro não doi, o que doi é ver a ignorância dos preconceituosos que esquecem que o sangue de suas veias também é da cor vermelha, igual a minha e de tantas outras pessoas ditas iguais ou diferentes.

            Por fim, nada mais triste do que uma pessoa que não aceita a si mesma. Defeitos e qualidades não são privilégios de raça ou credo é uma questão de humanidade.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Sabor da infância


         O sabor mais marcante da minha infância não vem do que eu comi, mas do que imaginei. Ele advém de uma figura de revista em quadrinhos, quando os netos sempre pegavam a torta de maçã americana que a vovó Donalda (Walt Disney) deixava esfriando no parapeito da janela.
         Eu ficava imaginando o sabor daquela torta, em especial quando os personagens falavam que era impossível comer apenas um pedaço. Confesso que até o cheiro ilustrado eu sentia.
         Anos se passaram e eu procurei essa torta por todos os lugares. Encontrei muita coisa boa, mas nenhuma chegava próximo da memória olfativa que ganhei pelas folhas dos gibis. Pode parecer loucura, mas eu sabia exatamente o que queria e o que procurava.
         Cheguei a experimentar tortas do Amor em Pedaços, Parmê, Tortarelli e outras empresas do ramo, mas sem qualquer sucesso.
         Desiludido, resolvi procurar uma receita que pudesse chegar próximo ao meu sonho e eu mesmo executar. Achei duas propostas e resolvi pegar a massa e a cobertura de uma e o recheio de outra. Minha esposa é radicalmente contra isso, pois fico com duas ou três receitas abertas no computador e (segundo ela) depois não sei qual estou fazendo.
         Muito a contragosto, ela me ajudou a executar a receita. Ao final, descobrimos a fórmula secreta e pudemos gritar EUREKA.
         Confesso que essa história de querer o sabor da infância rendeu boa DR (discutição da relação) e cheguei a ser chamado de louco, mas minha persistência à procura do sabor perfeito teve êxito.
         Tudo isso me confirmou uma verdade: se é possível sonhar, é possível realizar!
         Não sei se tenho uma nova receita, mas sei que o sabor, o aroma e o visual são iguais (ou bem próximos) àquele registrado na minha memória e que me fazia ficar com água na boca.

         Consegue caro leitor sentir o sabor da minha torta? Então venha experimentar e conheça o sabor da minha infância.

sábado, 6 de junho de 2015

Cozinhar ensina a ser uma pessoa melhor




Nunca pensei que a cozinha pudesse ser uma sala de aula e dali extrair lições tão preciosas.
Eu sou uma pessoa ansiosa por natureza e quero tudo para ontem. A cozinha confirmou o que devia ter aprendido: há tempo para todas as coisas. Nada cozinha antes do tempo, pega tempero fora do tempo ou conserva por tempo indeterminado sem perder qualquer das propriedades. O apressado come cru, quente ou congelado.
Aprendi que assim como quem quiser construir uma torre, primeiro se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la, na cozinha não é diferente. Primeiro tem que comprar e conferir se os ingredientes estão presentes.
Aliás, os franceses chamam essa organização de mise en place, que consiste em separar todos os utensílios e ingredientes necessários para executar o prato. Os ingredientes devem ser medidos, e, se necessário, as verduraslegumes e carnes descascados e cortados, assim como os utensílios devidamente dispostos para manuseio.
Na cozinha aprendi a desenvolver a criatividade. Nada é exatamente como descrito na receita, de modo que não caiba o toque pessoal. Ainda aprendi que tudo é uma questão de causa e efeito, de modo que devo seguir atentamente a orientação do criador se quiser chegar ao resultado tal qual descrito na receita.
Foi cozinhando que confirmei como é bom ter os amigos à mesa, comendo o pão nosso de cada dia e em especial quando feito por nós e concedido pelo Senhor do trigo.
Aliás, nada melhor do que dar forma, aroma e sabor à matéria prima e ainda poder alegrar o coração daqueles que compartilham os nossos pratos. Se tudo é vaidade, envaidece provocar um sorriso de aprovação pelo resultado final.

Por fim, aprendi muito mais e ainda que descansar é uma necessidade e não tem nada mais relaxante do que descansar trabalhando na cozinha. 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cozinhar - o melhor remédio

Se você está nervoso, estressado, desmotivado,

Cozinhe, nem que seja para fazer um ovo escaldado!
Se você perdeu um amor, quem sabe a calma ou humor,
Cozinhe, nem que seja para finalizar o prato com uma flor!
Agora, se você não consegue concentração e anda aéreo,
Tente descascar um aipim, lavar uma louça, flambar uma carne,
Até mesmo espremer uma laranja ou sovar uma massa...
Cozinhar é a terapia do ócio. Não precisa comer tudo o que cozinhou,
O importante é dar asa à imaginação e queimar aquilo que pesa,
Que incomoda, que se torna fardo, que enrijece a musculatura.
Se a vida está salgada, coloque um pouco de pimenta, de alho poró,
Acrescente o alecrim, a sálvia, a hortelã e o manjericão
E escolha os legumes para fazer um bom caldo, uma sopa, um molho.
Quando se cozinha, domina-se o fogo, corta-se o medo, temperam-se as emoções.
O dinheiro que gastaria com psicólogo, empregue em materiais para sua cozinha.
Na panela coloque a tristeza, com o garfo espete o desânimo, com a colher meça a esperança!
Cozinhar é um bom remédio, acalma a alma e alimenta o espírito!
Então o que está esperando? Vá para o fogão cozinhar!
(Caó)






quarta-feira, 27 de maio de 2015

Conflito em espaço eclesiástico – pequena consideração


          Sendo o homem um ser social, natural haver conflito entre as pessoas, entendendo este como oposição de interesses, sentimentos e ideias.
         No início da criação podemos verificar um conflito por ter a criatura desobedecido as ordens do Criador. Como consequência desse conflito, o homem é expulso do Jardim do Éder. A partir daí vários conflitos advieram como os ocorridos entre Caim e Abel, Jacó e Esaú, Davi e Golias...
         No decorrer da história, vemos os mais variados conflitos entre pessoas, grupos, países, confirmando que o impasse está presente em todas as relações quer sejam individuais ou coletivas.
No espaço eclesiástico não é diferente, sendo normal a possibilidade do conflito, pelo simples fato de serem formados por pessoas, cada qual com suas particularidades, dificuldades, cultura e perspectiva diferente.
Apesar de o Estado ter avocado para si a responsabilidade da jurisdição, ou seja, resolver parte dos conflitos existente no seio social, ainda há espaço para outras modalidades de solução dos conflitos, como a mediação, a arbitragem e outros.
No espaço eclesiástico, a possibilidade de acionar um outro irmão deveria ser desconsiderada, todavia, caso tenha de ocorrer, deverá ser a última das opções. O apóstolo Paulo nos orienta a esse respeito em I Coríntios 6.5, quando questiona “Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar uma contenda entre irmãos?  Contudo, ao invés disso, um irmão recorre ao tribunal contra outro irmão e apresenta tudo isso diante de incrédulos?”.
O meio mais usado para a solução de conflitos é o ajuizamento de ação judicial, mas quando se trata de espaço eclesiástico, o sábio que o apóstolo Paulo se refere é um mediador. Este é uma pessoa que ouvirá as partes, procurando aproximá-las, pois muitas das vezes o problema se desenvolve por ruídos que dificultam a comunicação.
Entretanto, caso a simples aproximação das partes para uma conversa no afã de resolverem os “conflitos desse mundo” não ocorra, há a possibilidade de solução através da arbitragem, quando as partes escolherão o árbitro de confiança mútua.
As partes poderão ainda escolher livremente as regras de direito, podendo optar que a decisão arbitral seja baseada no direito ou na equidade, bem como convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais do direito, nos usos, nos costumes e até nas regras internacionais.
Já que é inevitável haver contendas, porfias, dissensões, há (sem adentrar na questão puramente espiritual) meios à disposição para solução, desde que existam sábios entre o povo cristão, que dominem técnicas para solução dos indesejáveis conflitos que surgem em qualquer espaço, quer seja eclesiástico ou não. Ao contrário, já seria “uma grande derrota, uma grande vergonha “ a exposição de questões domésticas, que não deveria haver entre os separados, entre os santos de Deus.
Se o conflito é inevitável, a solução com sabedoria é necessária.

Carlos Alberto de Oliveira


sexta-feira, 1 de maio de 2015

O que comemorar no dia 1º de maio?


            Hoje comemoramos mais um 1º de maio, Dia do Trabalhador, data celebrada em diversos lugares do mundo.
            Tudo começou em 1886, quando trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, fizeram uma manifestação nas ruas da cidade querendo reivindicar a redução da carga horária de trabalho, de 13h para 8h diárias. Neste mesmo dia, os trabalhadores americanos fizeram uma greve geral no país. Estes protestos ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket. Nos dias 3 e 4 de maio, manifestantes e policiais entraram em conflitos, o que resultou na morte de alguns envolvidos e em dezenas de pessoas feridas.
Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.
Quanto tempo se passou e como ainda há coisas para se mudar.
No exercício de minha função, nesta semana encontrei trabalhadores de uma grande empresa com sede em outro estado laborando 16 horas por dia. O empregado cumpriu seu turno e depois emendou outro, vez que a obra contratada estava com atraso no cronograma.
Mas não ficou só nisso, na mesma empresa não era concedido intervalo para descanso e alimentação, nem era considerado o intervalo que deve haver entre duas jornadas.
Em diversas empresas fiscalizadas em Armação de Búzios encontrei empregados sem registro, empregado estrangeiro laborando sem situação regularizada no país e diversas situações em  desrespeito à norma trabalhista.
Não são raros os casos de trabalhadores que comparecem ao Ministério do Trabalho e Emprego reclamando que foram dispensados sem receber as verbas rescisórias   e que tiveram suas carteiras de trabalho retidas.
Agora nos chega os casos dos chineses que são aliciados no seu país de origem e são obrigados a trabalharem em situação deplorável no Brasil, engrossando as fileiras dos casos já conhecidos nas confecções das grandes grifes que exploram trabalhadores, mantendo-os em ambientes totalmente inóspitos.
Hoje se discute a possibilidade de terceirização em todas as áreas da empresa, sendo que há pouco tempo foi feito estudo informando que a terceirização era a grande responsável pelos acidentes de trabalho, por conta da falta de especialização e treinamento na área de segurança e saúde do trabalhador.
Enfim, o que comemoramos no dia 1º de maio? Se a luta começou para redução da jornada de 13 para 8, como entender que grande parte dos trabalhadores são submetidos à jornada aviltante, condições insalubres e perigosas, exploração como se escravos fossem e ainda a contraprestação pelo trabalho, o salário, ainda é insuficiente para honrar com suas necessidades básicas?

Precisamos ter um 1º de maio em que se celebre a vida, a paz e as condições ideias para o trabalho, afinal, onde há trabalho não pode haver escravidão. 

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Conflito em espaço eclesiástico - pequena consideração



         Sendo o homem um ser social, natural haver conflito entre as pessoas, entendendo este como oposição de interesses, sentimentos e ideias.
         No início da criação podemos verificar um conflito por ter a criatura desobedecido as ordens do Criador. Como consequência desse conflito, o homem é expulso do Jardim do Éder. A partir daí vários conflitos advieram como os ocorridos entre Caim e Abel, Jacó e Esaú, Davi e Golias...
         No decorrer da história, vemos os mais variados conflitos entre pessoas, grupos, países, confirmando que o impasse está presente em todas as relações quer sejam individuais ou coletivas.
No espaço eclesiástico não é diferente, sendo normal a possibilidade do conflito, pelo simples fato de serem formados por pessoas, cada qual com suas particularidades, dificuldades, cultura e perspectiva diferente.
Apesar de o Estado ter avocado para si a responsabilidade da jurisdição, ou seja, resolver parte dos conflitos existente no seio social, ainda há espaço para outras modalidades de solução dos conflitos, como a mediação, a arbitragem e outros.
No espaço eclesiástico, a possibilidade de acionar um outro irmão deveria ser desconsiderada, todavia, caso tenha de ocorrer, deverá ser a última das opções. O apóstolo Paulo nos orienta a esse respeito em I Coríntios 6.5, quando questiona “Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar uma contenda entre irmãos?  Contudo, ao invés disso, um irmão recorre ao tribunal contra outro irmão e apresenta tudo isso diante de incrédulos?”.
O meio mais usado para a solução de conflitos é o ajuizamento de ação judicial, mas quando se trata de espaço eclesiástico, o sábio que o apóstolo Paulo se refere é um mediador. Este é uma pessoa que ouvirá as partes, procurando aproximá-las, pois muitas das vezes o problema se desenvolve por ruídos que dificultam a comunicação.
Entretanto, caso a simples aproximação das partes para uma conversa no afã de resolverem os “conflitos desse mundo” não ocorra, há a possibilidade de solução através da arbitragem, quando as partes escolherão o árbitro de confiança mútua.
As partes poderão ainda escolher livremente as regras de direito, podendo optar que a decisão arbitral seja baseada no direito ou na equidade, bem como convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais do direito, nos usos, nos costumes e até nas regras internacionais.
Já que é inevitável haver contendas, porfias, dissensões, há (sem adentrar na questão puramente espiritual) meios à disposição para solução, desde que existam sábios entre o povo cristão, que dominem técnicas para solução dos indesejáveis conflitos que surgem em qualquer espaço, quer seja eclesiástico ou não. Ao contrário, já seria “uma grande derrota, uma grande vergonha “ a exposição de questões domésticas, que não deveria haver entre os separados, entre os santos de Deus.
Se o conflito é inevitável, a solução com sabedoria é necessária.

Carlos Alberto de Oliveira


quarta-feira, 8 de abril de 2015

A terapia de cozinhar



            Cozinhar é uma arte e, para mim que sempre fui afoito, é uma arte que exige paciência, planejamento, bom senso e sensibilidade.
            Antes eu pensava que cozinhar era pegar qualquer ingrediente, jogar na panela, acender o fogo e tirar logo em seguida. Talvez seja por isso que achava que a comida da minha mãe demorava tanto.
            Hoje tenho a plena convicção que cozinhar é antes de tudo uma terapia que exige equilíbrio, emoção e razão. Se tudo tem seu tempo na face da terra, o preparo da alimentação confirma isso: há tempo de plantar, colher, temperar, cozinhar e comer.
            Posso tomar como exemplo, cito a canjica que estava com vontade de comer. Tive que ver os ingredientes na receita e comprá-los - fase do planejamento. Logo depois deixar os grão de molho de um dia para o outro, quebrar o coco, tirar o miolo e ainda ralá-lo. Haja paciência! Talvez foi pela falta dela que cortei levemente o dedo.
            O tempo todo tive que monitorar a altura do fogo, a consistência do alimento e ainda usar o bom senso com os temperos. Nesse processo aprendi melhor o uso da panela de pressão, pois o legal de tudo é a aprendizagem que há em cada preparo.
            A todo o momento tinha de usar a sensibilidade para saber se precisava acrescentar mais algum tempero ou até mesmo retirar para que um sabor não ocultasse o outro. Adoro o cheiro e o gosto da canela e do cravo, mas a permanência por muito tempo da canela pode dar uma cor mais escura do que a desejada.
            O fato é que quando se cozinha parece que o mundo gira em outra rotação, pois assim como é preciso usar o fogo baixo para se conseguir o ponto do cozimento, as coisas só ocorrem quando estão “maduras” e se acontecerem antes, não ficará como deveria ter ficado... ficarão insossas, cruas ou queimadas. Então, não adianta empurrar o mundo... deixe que gire naturalmente.

            Há tempo para todo o propósito debaixo do céu e a arte de cozinhar confirma isso. No mais, vamos saborear os pratos e degustar a vida. 

terça-feira, 31 de março de 2015

Sabor de infância

          Hoje, estava me dirigindo para ir à padaria comprar um pãozinho que gosto muito de uma determinada padaria e do nada me veio à boca o sabor do pão francês com manteiga esquentado na chapa.
         Lembro-me que era uma das coisas que minha mãe fazia quando éramos criança. Como eu adorava o chiado da manteiga na frigideira quente e o aroma do pão tostando.
         Provavelmente ela fazia isso porque o pão era dormido, quem sabe a sobra do lanche da tarde anterior. O fato é que aquilo incorporou à minha memória degustativa.
         Comprei o pão francês e resolvi recriar aquele momento tão especial. Tenho que confessar que nem de longe chegou perto ao que minha mãe fazia.   
         Comecei a procurar as causas e cheguei a algumas conclusões: 1) não esquentei a frigideira o suficiente; 2) não coloquei a quantidade de manteiga ideal; 3) o pão não era dormido; 4) o segredo estava na mão de minha mãe; 5) perdi para sempre o sabor do pão com manteiga na frigideira.
         Não é a primeira vez que isso acontece, ou seja, o fato de não conseguir resgatar o sabor do passado, mesmo diante dos mesmos ingredientes. Na verdade, falta um ingrediente que nunca recuperarei: o tempo.
         Por isso é que como tudo com moderação, pois sei que um dia tudo fará parte do passado e não terá livro ou receita que trará a pitada do tempo. Esse ingrediente só se usa em um momento: o que se guarda para o dia seguinte, deteriora-se, cabendo ao degustador usar novo tempero, com a certeza que deverá ser na medida certa, pois se sobrar ou faltar, só fazendo nova receita.
         Adoro ter memórias degustativas... às vezes chego muito próximo do passado e aí tenho a maior satisfação. Gosto do gosto do qual gostei.
        


quarta-feira, 25 de março de 2015

Gosto de infância



 Fazendo compras num hortifrutigranjeiro, deparei- me com uma fruta da minha infância: carambola. Olhei para bandeja e não acreditei que aquela fruta que caia no meu quintal e que nem dávamos tanta importância estava ali para ser vendida, tal o desprezo que dávamos a ela.
         Lembro-me que comíamos carambola, bebíamos seu suco e ainda deliciávamos com seu doce. Quantas vezes fizemos guerra da fruta e ao final juntávamos aquele monte de lixo e jogávamos fora.
         Pois bem, resolvi comprar as carambolas para ver se ainda lembrava o gosto delas e para voltar um pouco ao passado.
         Em casa, guardei as frutas e não dei a atenção para as carambolas. Mais tarde, resolvi fazer um suco e abri a bandeja da fruta da infância. Qual a surpresa ao ser envolvido por aquele aroma  maravilhoso que me remeteu imediatamente ao início da minha adolescência.
         O cheiro mágico da carambola me fez recordar as travessuras, as brincadeiras, as pessoas a quem tanto amei e que muito me amaram e de como foi boa a minha infância e minha adolescência.
         Mas a surpresa maior estava por vir, quando não resisti e mordi a fruta. Parece que todo o gosto de infância veio na minha boca: lembrei-me de frutas que nunca mais consumi como abil, amora, jambo, araçá, amêndoa, jamelão, cana caiana,  jaca manteiga e tantas outras que marcaram uma época de ouro e que lembro com muita saudade (confesso que muitas delas foram objeto de apropriação indevida, invadindo terrenos, pulando cerca, levando corrida de cachorro - coisas inocentes de criança sem maldade  que quer somente se divertir).
         Eu queria muito eternizar aquele momento mágico de redescoberta e resolvi fazer suco da fruta. Que delícia! Não tinha como não comprar mais carambolas para experimentar a geleia e reviver momentos tão doces, momentos tão presentes que ficaram num passado relativamente distante.
         A vida nos reserva muitas surpresas, mas a que foi reservada com uma simples degustação de uma fruta não tem preço, afinal não se comercializa gosto e sabores da infância.
Carlos Alberto

25 de março de 2015

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Farofeiro com classe


         Outro dia estava na Praia do Forte e vi como a “globalização” chegou às areias de Cabo Frio.
         Lembro-me dos tempos de criança em que íamos para a Praia de Ramos e levávamos lanche, sendo a farofa artigo indispensável. Geralmente o cardápio era o mesmo; arroz, maionese, frango e farofa, tudo regado à refrigerante como Tobe, Convenção, Guará e outros mais.
         Depois, começamos a frequentar as praias da zona sul do Rio e fincamos nosso guarda-sol nas areias do Flamengo, Botafogo, estendendo mais tarde à Copacabana. Nesta época, comecei a ouvir o termo “farofeiro” como algo pejorativo.
         Quando se via um ônibus cheio vindo do subúrbio em direção à praia, diziam que lá iam os farofeiros para a praia. Ficou inviável fazer a boquinha nas areias e abrir o recipiente de farofa, pois logo éramos  taxados de suburbano ou termo semelhante.
Pois bem. O que mais tenho visto nas praias de Cabo Frio e adjacência é gente que chega com seu pratinho pronto, com cardápio o mais variável possível, sendo indispensável a velha e saborosa farofa.
Como disse anteriormente, a globalização tomou conta das praias, pois a farofa que se come aqui é a mesma que era traçada naquela minha época e, certamente, a mesma consumida nas praias de fácil acesso de qualquer região do Brasil e do exterior onde se bronzeia a multidão.
O cara que traz as cervejas, água e uísque em caixas térmicas é o mesmo que já vem com seu sanduíches com pastas e a tradicional farofa com os mais diversos acompanhamentos.
Certo é que  “farofeiro” nas praias não soa como um termo elogioso, mas na areia todos somos iguais, desde  aquele farofeiro que traz somente o ovo como complemento de sua iguaria, até o farofeiro que combina a farinha com frutas secas e bacon e outros ingredientes. Seriam estes os farofeiros de classe?
No fundo, o que vale é a diversão, é a fuga do calor insuportável, é deitar, rolar e nadar,  pois caixote levam todos os farofeiros. Vai uma farofa aí?

sábado, 3 de janeiro de 2015

Analfabeto funcional espiritual


            O Analfabetismo funcional é a incapacidade que uma pessoa demonstra ao não compreender textos simples. Ela reconhece as letras, sabe formar sílabas, até lê algumas sequências, mas é incapaz de fazer uma análise simples do texto. Ela lê, por exemplo, a frase: Olavo viu a uva. Se você perguntar quem viu a uva, ela não sabe responder. Muito menos sabe que uva é uma fruta.
            Por acaso somos diferentes quando se trata das coisas espirituais? Passamos tanto tempo aprendendo os princípios do evangelho, mas temos grandes dificuldades de colocá-los em prática na sua inteireza. Estudamos tantas lições na Escola Dominical, aprendemos tantos conceitos nos encontros espirituais, somos tocados pela mensagem do pregador, mas na hora de agir segundo os princípios, de aplicar os conceitos, de agir como a palavra anunciada, somos analfabetos espirituais.
            Isso acabou de acontecer comigo à noite e hoje pela manhã. Caminhávamos à noite e vi um rapaz deficiente físico com saco cheio de latas, amassando-as, certamente para vender. Passei direto. Fui tocado, voltei e comecei a conversar com ele, vendo a possibilidade de arrumar qualquer colocação numa das empresas que são obrigadas a contratar pessoas com deficiência e que não conseguem, por diversas razões. Marquei com ele na terça-feira da semana que vem. Ele falou que compareceria ao local com sua mãe. Ufa! Dever cumprido.
            Hoje, antes das 7h estava preparado para andar de bicicleta. Qual minha frustração ao perceber que o zelador prendeu com cadeado suas bicicletas à porta do local onde estava a minha guardada. Chateado, voltei para o apartamento.
            Ao subir, lembrei que não havia tomado o remédio de pressão, tomei café (só havia comida uma banana). Enquanto preparava o pão, lembrei-me do texto bíblico base da minha reflexão quando acordei, onde Pedro foi liberto da prisão pela ação poderosa do anjo enviado por Deus.
            E como acredito que nada acontece por acaso, eu associei que o motivo que me impediu de pedalar naquele momento pode ser um grande livramento de alguma coisa. Por que não? O fato é que a minha chateação primeira foi transformada em agradecimento, pois por alguma razão (quem sabe esse texto será útil para alguém que esteja precisando ler exatamente isto?) não seria para eu sair exatamente naquela hora.
            O fato é que preciso estar mais atento às coisas espirituais e agir conforme tenho aprendido. Quem sabe os olhos que passam por estas letras também precisam interpretar mais o que aprendem e não somente juntar letras anos após anos.
            Bom, vou descer e pedalar, mas antes vou encaminhar o texto pra você. Chegou até o final? Fui!!!