Outro dia estava na Praia do Forte e vi como a “globalização”
chegou às areias de Cabo Frio.
Lembro-me dos tempos de criança em que íamos para a Praia de
Ramos e levávamos lanche, sendo a farofa artigo indispensável. Geralmente o
cardápio era o mesmo; arroz, maionese, frango e farofa, tudo regado à refrigerante como Tobe, Convenção, Guará e outros mais.
Depois, começamos a frequentar as praias da zona sul do Rio
e fincamos nosso guarda-sol nas areias do Flamengo, Botafogo, estendendo mais
tarde à Copacabana. Nesta época, comecei a ouvir o termo “farofeiro” como algo
pejorativo.
Quando se via um ônibus cheio vindo do subúrbio em direção à
praia, diziam que lá iam os farofeiros para a praia. Ficou inviável fazer a
boquinha nas areias e abrir o recipiente de farofa, pois logo éramos taxados de suburbano ou termo semelhante.
Pois
bem. O que mais tenho visto nas praias de Cabo Frio e adjacência é gente que
chega com seu pratinho pronto, com cardápio o mais variável possível, sendo
indispensável a velha e saborosa farofa.
Como
disse anteriormente, a globalização tomou conta das praias, pois a farofa que se
come aqui é a mesma que era traçada naquela minha época e, certamente, a mesma consumida
nas praias de fácil acesso de qualquer região do Brasil e do exterior onde se bronzeia a multidão.
O
cara que traz as cervejas, água e uísque em caixas térmicas é o mesmo que já
vem com seu sanduíches com pastas e a tradicional farofa com os mais diversos
acompanhamentos.
Certo
é que “farofeiro” nas praias não soa como um termo elogioso, mas na areia todos somos iguais, desde aquele farofeiro que traz somente o ovo como complemento de sua iguaria, até o farofeiro que combina a farinha com frutas secas e bacon e outros ingredientes. Seriam estes os farofeiros de classe?
No
fundo, o que vale é a diversão, é a fuga do calor insuportável, é deitar, rolar e nadar, pois caixote levam todos os farofeiros. Vai uma farofa aí?
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