quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cozinhar - o melhor remédio

Se você está nervoso, estressado, desmotivado,

Cozinhe, nem que seja para fazer um ovo escaldado!
Se você perdeu um amor, quem sabe a calma ou humor,
Cozinhe, nem que seja para finalizar o prato com uma flor!
Agora, se você não consegue concentração e anda aéreo,
Tente descascar um aipim, lavar uma louça, flambar uma carne,
Até mesmo espremer uma laranja ou sovar uma massa...
Cozinhar é a terapia do ócio. Não precisa comer tudo o que cozinhou,
O importante é dar asa à imaginação e queimar aquilo que pesa,
Que incomoda, que se torna fardo, que enrijece a musculatura.
Se a vida está salgada, coloque um pouco de pimenta, de alho poró,
Acrescente o alecrim, a sálvia, a hortelã e o manjericão
E escolha os legumes para fazer um bom caldo, uma sopa, um molho.
Quando se cozinha, domina-se o fogo, corta-se o medo, temperam-se as emoções.
O dinheiro que gastaria com psicólogo, empregue em materiais para sua cozinha.
Na panela coloque a tristeza, com o garfo espete o desânimo, com a colher meça a esperança!
Cozinhar é um bom remédio, acalma a alma e alimenta o espírito!
Então o que está esperando? Vá para o fogão cozinhar!
(Caó)






quarta-feira, 27 de maio de 2015

Conflito em espaço eclesiástico – pequena consideração


          Sendo o homem um ser social, natural haver conflito entre as pessoas, entendendo este como oposição de interesses, sentimentos e ideias.
         No início da criação podemos verificar um conflito por ter a criatura desobedecido as ordens do Criador. Como consequência desse conflito, o homem é expulso do Jardim do Éder. A partir daí vários conflitos advieram como os ocorridos entre Caim e Abel, Jacó e Esaú, Davi e Golias...
         No decorrer da história, vemos os mais variados conflitos entre pessoas, grupos, países, confirmando que o impasse está presente em todas as relações quer sejam individuais ou coletivas.
No espaço eclesiástico não é diferente, sendo normal a possibilidade do conflito, pelo simples fato de serem formados por pessoas, cada qual com suas particularidades, dificuldades, cultura e perspectiva diferente.
Apesar de o Estado ter avocado para si a responsabilidade da jurisdição, ou seja, resolver parte dos conflitos existente no seio social, ainda há espaço para outras modalidades de solução dos conflitos, como a mediação, a arbitragem e outros.
No espaço eclesiástico, a possibilidade de acionar um outro irmão deveria ser desconsiderada, todavia, caso tenha de ocorrer, deverá ser a última das opções. O apóstolo Paulo nos orienta a esse respeito em I Coríntios 6.5, quando questiona “Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar uma contenda entre irmãos?  Contudo, ao invés disso, um irmão recorre ao tribunal contra outro irmão e apresenta tudo isso diante de incrédulos?”.
O meio mais usado para a solução de conflitos é o ajuizamento de ação judicial, mas quando se trata de espaço eclesiástico, o sábio que o apóstolo Paulo se refere é um mediador. Este é uma pessoa que ouvirá as partes, procurando aproximá-las, pois muitas das vezes o problema se desenvolve por ruídos que dificultam a comunicação.
Entretanto, caso a simples aproximação das partes para uma conversa no afã de resolverem os “conflitos desse mundo” não ocorra, há a possibilidade de solução através da arbitragem, quando as partes escolherão o árbitro de confiança mútua.
As partes poderão ainda escolher livremente as regras de direito, podendo optar que a decisão arbitral seja baseada no direito ou na equidade, bem como convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais do direito, nos usos, nos costumes e até nas regras internacionais.
Já que é inevitável haver contendas, porfias, dissensões, há (sem adentrar na questão puramente espiritual) meios à disposição para solução, desde que existam sábios entre o povo cristão, que dominem técnicas para solução dos indesejáveis conflitos que surgem em qualquer espaço, quer seja eclesiástico ou não. Ao contrário, já seria “uma grande derrota, uma grande vergonha “ a exposição de questões domésticas, que não deveria haver entre os separados, entre os santos de Deus.
Se o conflito é inevitável, a solução com sabedoria é necessária.

Carlos Alberto de Oliveira


sexta-feira, 1 de maio de 2015

O que comemorar no dia 1º de maio?


            Hoje comemoramos mais um 1º de maio, Dia do Trabalhador, data celebrada em diversos lugares do mundo.
            Tudo começou em 1886, quando trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, fizeram uma manifestação nas ruas da cidade querendo reivindicar a redução da carga horária de trabalho, de 13h para 8h diárias. Neste mesmo dia, os trabalhadores americanos fizeram uma greve geral no país. Estes protestos ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket. Nos dias 3 e 4 de maio, manifestantes e policiais entraram em conflitos, o que resultou na morte de alguns envolvidos e em dezenas de pessoas feridas.
Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.
Quanto tempo se passou e como ainda há coisas para se mudar.
No exercício de minha função, nesta semana encontrei trabalhadores de uma grande empresa com sede em outro estado laborando 16 horas por dia. O empregado cumpriu seu turno e depois emendou outro, vez que a obra contratada estava com atraso no cronograma.
Mas não ficou só nisso, na mesma empresa não era concedido intervalo para descanso e alimentação, nem era considerado o intervalo que deve haver entre duas jornadas.
Em diversas empresas fiscalizadas em Armação de Búzios encontrei empregados sem registro, empregado estrangeiro laborando sem situação regularizada no país e diversas situações em  desrespeito à norma trabalhista.
Não são raros os casos de trabalhadores que comparecem ao Ministério do Trabalho e Emprego reclamando que foram dispensados sem receber as verbas rescisórias   e que tiveram suas carteiras de trabalho retidas.
Agora nos chega os casos dos chineses que são aliciados no seu país de origem e são obrigados a trabalharem em situação deplorável no Brasil, engrossando as fileiras dos casos já conhecidos nas confecções das grandes grifes que exploram trabalhadores, mantendo-os em ambientes totalmente inóspitos.
Hoje se discute a possibilidade de terceirização em todas as áreas da empresa, sendo que há pouco tempo foi feito estudo informando que a terceirização era a grande responsável pelos acidentes de trabalho, por conta da falta de especialização e treinamento na área de segurança e saúde do trabalhador.
Enfim, o que comemoramos no dia 1º de maio? Se a luta começou para redução da jornada de 13 para 8, como entender que grande parte dos trabalhadores são submetidos à jornada aviltante, condições insalubres e perigosas, exploração como se escravos fossem e ainda a contraprestação pelo trabalho, o salário, ainda é insuficiente para honrar com suas necessidades básicas?

Precisamos ter um 1º de maio em que se celebre a vida, a paz e as condições ideias para o trabalho, afinal, onde há trabalho não pode haver escravidão.