terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Qual a lição que tiramos da lição?





            Parece estranho o título. Todavia é isso mesmo: qual a lição que tiramos das lições que trataram sobre mordomia (Mordomia Cristã - Revista Palavra e Vida, 3T. 2014)? Se nada mudou em nossa vida, se nenhuma forma de ser útil encontramos, se não passamos a ser verdadeiros mordomos, a lição passou por nós e não a apreendemos.

            Logo na apresentação das lições, o autor assim se manifesta:
"A boa administração do dinheiro, bem como de todos os demais bens, é uma resposta que o cristão dá para Deus como Criador da vida e dos recursos que lhe foram confiados."

            Na primeira lição deixa claro que a mordomia não é só com relação ao dízimo como muitos púlpitos ensinam, mas deve ser entendida da seguinte forma:

"Ele vai aprender a administrar corretamente os seus bens, os seus dons e o seu tempo."

            Comenta o autor algo que pra nós é tabu, havendo muitas interpretações equivocadas sobre o tema. Trata-se da prosperidade, que ele discorre quando fala do bom mordomo da seguinte maneira:

"Sua prosperidade não será apenas espiritual, mas também familiar e material, para a glória de Deus".

            O autor vai discorrer sobre vários tópicos interessantes, como:

ü  Eles são inseparáveis: a igreja, o crente e a mordomia cristã
ü  Maus mordomos; um modelo a ser rejeitado.
ü   O Reino de Deus como prioridade de vida
ü  O amor ao dinheiro, a raiz de todos os males
ü  Faça do dízimo o ponto de partida
ü  O impulso motivador do dízimo
ü  O que é o dízimo do cristão – A dimensão do amor do crente
ü  Aprendendo a dizimar
ü  Diligência no contribuir – Uma prova do amor de Deus
ü   A mordomia da prosperidade
ü  Mordomia do trabalho –Honestidade acima de tudo
ü  Mordomia da vida – Um bem acima de tudo
ü   Mordomia dos dons – um caminho mais excelente.

            Mas a pergunta que não quer calar é: Que lição tiramos da lição? Se for mais um estudo em que não haja mudança de comportamento, será mais uma aprovação automática, sem nenhum mérito, aliás, com a nota vermelha e insuficiente para mudar de período , ainda que se passe de ano.


            Que venha 2015 com o pleno exercício da ampla concepção de mordomia crista!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Denúncia de uma tragédia anunciada



            Há um aterro ocorrendo numa área de aproximadamente 207.370 m², quase 22 campos de futebol às margens da Rodovia Washington Luiz, nos Lotes  do terreno 312 e 314 da 4º Gleba do Núcleo Colonial São Bento, situado no 2º Distrito do Município de Duque de Caxias.
            Para melhor localização, a construção encontra-se próximo ao Viaduto da REDUC, no final da Rua da Igreja Batista Betel do Pilar com encontro do acesso para Washington Luiz.
            Depois de ouvir várias possíveis destinação da área, descobri que o terreno está sendo preparado para a construção de 02 (dois) galpões para armazenagem de mercadoria para a empresa BRASRIO TERMINAL DE TRANSPORTE SPE LTDA.
            O grande problema é que o terreno aterrado está muito acima das casas, de forma que elas estão ficando num verdadeiro buraco, parecendo que se encontram num vale, pronto a ser inundado.
            Antes mesmo de iniciar-se qualquer construção dos galpões, os problemas são visíveis. Encontrei um morador que afirmou que, quando chove, as águas da Rodovia escorrem todas para a Rua da igreja, alagando não somente as ruas do entorno como também as casas.
            Vale ressaltar que anteriormente, a água escoava pelo terreno em comento, não trazendo grandes dissabores aos moradores.
            A situação  vai ficar bem pior no decorrer do avanço do aterro dos terrenos, pois como percebi e fotografei, há uma área enorme que está sendo preparada para receber aterro.
            Mas isso não é tudo. Parece que não foi feito nenhum estudo do impacto ambiental da obra e muito menos providenciada qualquer medida mitigadora do provável impacto. Na área há animais silvestres (conforme placas da própria PF) que, não tendo para onde fugir, vão para a rodovia, morrendo atropelados ou invadem as casas vizinhas ao aterro.
            Constantemente o bairro do Pilar, Posto Bravo são prejudicados por conta das chuvas moderadas. Entretanto, com o aterro sem nenhuma obra de infraestrura, a tendência é o agravamento da situação já caótica, podendo não somente comprometer o patrimônio privado, como também vidas humanas.
            Causa-me espécie a omissão do Poder Público, a inércia da Sociedade Organizada e até mesmo da população diretamente afetada. Agora é tempo de denunciar essa obra, pedir a intervenção dos órgãos públicos responsáveis e acionar quem autorizou e os responsáveis técnicos por quaisquer eventos prejudiciais que o cidadão venha a sofrer.
            Cabe também acionar administrativamente a empresa e seu corpo de técnicos para explicar se procede ou não o temor desta tragédia anunciada e quais os procedimentos tomados para que o pior não aconteça.
            Como sociedade querendo se organizar, deveria este alerta ser compartilhado com o maior número de pessoas a fim de que chegue ao conhecimento do Ministério Público, das autoridades envolvidas e da empresa executora do aterro.
            Qualquer informação complementar deveria também ser replicada para se conhecer a questão com maior propriedade.

Carlos Alberto de Oliveira - Betinho



















            

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Confissões de um ex - parei de beber


        Prezados colegas, amigos, líderes religiosos, parentes e todos com quem mantenho contato, tenho uma declaração bombástica: parei de beber!
            Minha decisão tem um pouco mais de duas semanas. Depois de tantos anos bebendo, decidi que era hora de mudar, de partir para outra, ainda que isso pudesse trazer alguma consequência para o organismo há tanto tempo "acostumado" com a bebida. Confesso que tive crise de abstinência, mas não podia continuar nessa situação de total dependência.
            Para continuar com a confissão, eu acho que já nasci bebendo, pois nada me dava mais prazer do encher o copo e me entregar ao vício.
            Mas as consequências desse ato impensado de permanecer tanto tempo refém da bebida sinto hoje na pele, no corpo em geral e, principalmente, na mente.
            Sempre ouvi que não se deve experimentar e aceitar o primeiro fole, pois todo viciado começa da forma inocente e achando que nunca será dominado por qualquer coisa e que pode parar a qualquer tempo, afirmando que a única razão da permanência é a vontade. Afirma-se: quando eu quiser, eu paro. Ledo engano. Começar e fácil, mas parar é um caminho longo e, às vezes, sem volta.
            Tudo começou tão logo eu nasci quando me foi oferecido o primeiro gole de leite materno. Que delícia! Logo após veio o leite em pó, o leite de vaca. Mas não ficou aí. Com a necessidade de algo mais emocionante, acrescentou-se o chocolate. A vontade era tão grande de consumir leite com chocolate, que pensei: se os deuses tem uma bebida, essa é o leite achocolatado.
            Mas quem tem o vício, sempre procura algo mais forte. Foi quando descobri a magia do café com leite. Depois disso o mundo nunca mais foi o mesmo, pois a lei do café com leite, a política do café com leite e a vontade inexplicável do leite com café tomaram conta da minha existência.
            Passei a vida toda consumindo leite: leite com soda cáustica, leite com formol, leite com água oxigenada. O vício era tamanho que comecei a consumir leite com água, depois veio o leite com farinha e, pasmem, cheguei a tomar leite com urina bovina e o extremo de aceitar leite com fezes... isso...  cocô mesmo (coliformes fecais).
            Com o café a coisa era mais sutil, pois ele tira meu sono. Todavia a combinação dos dois vícios me seduzia a ponto de consumir escondido à noite, contrariando orientação médica que não dizia não ser  a bebida apropriada à noite.
            Mas hoje, por vontade própria, libertei-me do aguilhão chamado café com leite.
            Consigo acordar sem pensar no café com leite, já almoço sem a preocupação do cafezinho para degustar e durmo sem me embriagar do leite morno.
            Sinto-me outra pessoa e para brindar minha liberdade, tenho à mão uma xícara de chá de hibisco com sua cor generosa e sabor desafiador.
            Aos meus amigos, em especial minhas queridas Lia e Cisa: não me tentem com convite para um papo numa cafeteria. Como em nosso encontro rola um papo bem agradável, proponho que da próxima vez nos encontremos numa hibiscaria. Na impossibilidade, que desça um capuchino, porque nem só de café com leite viverá o homem.
            Tintim!!
(Carlos Alberto)



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Por que eu perdi o trem? Lições para a vida




            Hoje eu possuía um compromisso no Centro do Rio. Saí em cima da hora, mas tudo indicava que chegaria a tempo.
            Sabia que se fosse de carro os imprevistos seriam maiores e resolvi ir de trem e de metrô. Estacionei o carro próximo a uma estação e caminhei com este propósito. Assim que comecei a subir as escadas da estação, veio um trem. Saí correndo, paguei, desci as escadas e quando faltavam três degraus, a composição fechou as portas e partiu. Fiquei olhando e lamentando.
            Perguntei onde tinha errado. Descobri que os preciosos segundos que perdi foram frutos de mais uma espiada no email e a falta de organização em não separar a roupa na véspera.
            Olhando as manchetes do esporte, vi que o Flamengo perdeu o jogo para o Sport  nos últimos minutos de jogo, quando levou dois gols.
            Qual a lição que tiro destes dois acontecimentos? Que as decisões podem mudar uma história e que um vacilo pode significar uma classificação, uma posição na tabela ou a perda de uma oportunidade.
            Trazendo para a vida cotidiana, aprendo que nos prendemos as coisas insignificantes e desprezamos às que podem fazer diferença. Com o Flamengo aprendo que o jogo só acaba quando do apito final, ou seja, tão perto não é o suficiente.
            E na vida espiritual... há relação? Sim! Damos atenção ao que não edifica e esquecemos-nos do crescimento espiritual. Abraçamos a carreira proposta, marchamos, corremos, mas se perdermos a fé, a esperança e o amor, nada adiantará!
            A vida é como uma viagem de trem: não adianta ter a passagem. Tem de embarcar no vagão na hora certa. Também é como uma partida de futebol: não adianta sair na frente no marcador e não sustentar o placar até o apito final.
            Na vida, esperamos outro trem. No futebol, aguardamos outra partida. E na vida espiritual? Só há um trem expresso que nos leva a Nova Jerusalém; só há uma partida para decidir o campeonato!
            Não percamos o trem. Não percamos o jogo!

Carlos A. Oliveira

            

sábado, 1 de novembro de 2014

Feriado, descanso e remuneração

           

            Neste ano, muitos feriados ocorreram no domingo. Com isso fica a pergunta básica: se o feriado cai num domingo e o trabalhador labora neste dia, ele receberá o feriado em dobro?

            Outra questão, que parecer tratar-se da mesma coisa: Se o feriado ocorre num dia de descanso semanal remunerado, o empregado deve receber o feriado?

            A mesma dúvida acontece com as pessoas que estão submetidas à escala de 12 x 36 e no seu dia de trabalho ocorre um feriado.

            Primeiramente, temos que dizer que estamos diante de duas realidades: descanso e feriado (civil ou religioso). Juridicamente dizemos: os institutos são diferentes.

            Descanso semanal remunerado é o dia de folga que a lei propicia para cada semana de trabalho e que pode ou não coincidir com o domingo.

            O feriado é uma data comemorada por uma nação, comunidade, religião, grupo étnico ou classe trabalhista.
           
            São sete os feriados nacionais, segundo a Lei nº 10.607, de 19 de dezembro de 2002: 1º de janeiro, 21 de abril, 1º de maio, 7 de setembro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro.

            A Lei nº 662, de 6.04.1949, declara como feriados nacionais os dias 1º de janeiro, 1º de maio, 7 de setembro, 15 de novembro e 25 de dezembro. 

            Já a Lei nº 6.802, de 30.06.80, declara feriado nacional o dia 12 de outubro, consagrado à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

            Por fim, o Decreto nº 27.048, de 12.08.1949, limita em quatro o número de feriados religiosos por ano, incluindo a sexta-feira da Paixão, desde que declarados por lei municipal.

            Assim sendo, já podemos responder aos questionamentos da seguinte forma:

            1. Feriado que "cai" no domingo quando o trabalhador não presta serviço dá direito tão somente ao descanso;

            2. Feriado que "cai" no domingo quando o trabalhador presta serviço dá direito ao pagamento do feriado, sem prejuízo da folga na semana;

            3. Feriado que "cai" no domingo quando o trabalhador está submetido a escala de 12 x 36 dá direito ao pagamento do feriado.

            4. Trabalho no domingo ou feriado sem folga compensatória (em qualquer outro dia da semana) deve ser pago em dobro.

            O descanso semanal é preferencialmente aos domingos (chamado de descanso hedomadário), podendo ser substituído por outro dia da semana. Todavia, há de se garantir pelo menos um descanso no domingo num período, que vai depender da atividade do setor.

            Só para constar, este artigo foi escrito às vésperas de um feriado no domingo. Quem for trabalhar, já sabe como virá o contracheque.

Carlos Alberto de Oliveira
01/11/2014





sábado, 9 de agosto de 2014

Apólogo do Betão (a partir do Apólogo de Jotão)


        Havia um reino chamado Siquém. Os cidadãos precisavam ungir deputados e presidente.
               E a Oliveira disse: Eu posso reinar sobre vocês. Eu já fui político e não tive a oportunidade de fazer nada, pois estava preocupado com meus interesses. Mas desta vez será diferente. 
           O povo cansado das promessas dos políticos não aceitou e continuou sua procura.
A Figueira se ofereceu para reinar sobre os siquemitas. Eu sou empresário e sei bem gerir meus negócios e farei desse reino uma verdadeira empresa.
            A população cansada de ser oprimida por preços injustos, disseram não e continuou a procurar um dirigente.
            Apresentou-se a Videira, líder comunitária, que nunca havia feito uma reunião sequer em sua comunidade, mas que prometera fazer um governo de gestão compartilhada.
            A comunidade cansada do desinteresse pela coisa local, não acreditou que em esfera maior seria diferente e continuou procurando um governante.
            Então, todo o povo procurou o Espinheiro e disse: reine sobre nós.
            O Espinheiro respondeu: Se eu reinar sobre vocês, terei de aumentar impostos, confiscar poupança, aumentar ministérios, fazer alianças escusas para ter maioria no parlamento e manterei uma elite às custas dos cofres públicos.
            Ao ouvir isso, o Cedro se levantou e disse: Eu posso reinar sobre vocês. Estou cansado de ver opressão, mentiras e defesa de interesses próprios. Deixarei minha zona de conforto e me dedicarei para que a paz, a felicidade e a prosperidade sejam a marca de minha gestão.
            Não se conformando com a possibilidade de perder a oportunidade de ser aclamado, o Espinheiro fez alianças com a Oliveira, com a Figueira e com a Videira e reinou sobre o povo de Siquém.
            Moral da História:
1. Cuidado com as alianças. Nem todos que se unem têm propósitos nobres;
2. Cuidado com as aparências. Nem todos que parecem ideais possuem propósitos nobres;

3. Cuidado com as opções. Estar atento ao discurso e a vida pode-se chegar a melhor opção.

Carlos A. Oliveira

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Vendem-se votos para político - a crônica


            Antes que me condenem: é melhor vender voto do que roubar. Eu não sou ladrão, nunca matei, nunca roubei, nunca fiz nenhuma parada errada. Eu só quero ganhar uma graninha extra. É melhor pedir do que roubar.
            Percebi que em época de eleição, vários políticos se vendem, se trocam e se prostituem. Soube de um que vendeu a possibilidade de disputar o pleito para facilitar um terceiro, outro que vendeu o voto para aprovar projeto do executivo e outro que vendeu a própria mãe em troca de um negócio escuso.
            Talvez a onda seja vender... pode ser também comprar. Não dá pra esquecer a compra de uma refinaria que não valia nada por preço absurdo... mas até aí alguém se vendeu.
            Dizem que alguns políticos compram votos no dia da eleição e pagam uma grana. Todos sabem disse até os da toga. Assim sendo, nada melhor do que fazer a coisa honestamente: Convido amigos e parentes para me emprestarem seus votos, faço um belo comercial no horário nobre, vendo-os, dou recibo, faço retenção na fonte, declaro-os ao Imposto de Renda e ainda consigo devolução de Imposto Retido na Fonte.
            Alguém poderá dizer que não terei como devolver os votos pegos emprestados. Bobagem, pois eles seriam jogados fora mesmo em troca de favores, afagos e promessas. Se doados para mim, pelo menos faço bom uso deles, ajudando com a distribuição da renda.
            Sei que muitos políticos procurarão meu empreendimento, pois em vez de gastarem duas vezes com aliciadores e com o eleitor e com (...), comprarão diretamente da minha mão, porque o serviço terceirizado é mais prático, possibilitando ao político atuar na sua atividade fim: investir em conquistar mais votos.
            Tem tudo pra dar certo: o político ganha mais dinheiro e investe em comprar mais votos. Eu, com a possibilidade de abrir novas filiais, consigo mais transacionadores e vendo mais votos. Serei uma fonte de fazer girar o dinheiro na economia, propiciar alegria a eleitores descrentes, políticos sem escrúpulos, amigos necessitados e familiares enganados. Todos ganham.
            Por fim, caso dê desconto na venda de votos a algum político em especial, pode ser que ele dê uma gorjeta gorda e me arrume uma chefia no gabinete, um cargo discreto ou até mesmo uma posição de fantasma, que só aparece no dia do pagamento da folha. Pensando bem, para que não diga que estou ganhando sem esforço próprio, aceito abrir uma empresa, participar daquelas licitações marcadas e prestar algum serviço ou fornecer alguma mercadoria para o Poder Público.
            Se tem uma coisa que a nossa constituição protege é a livre concorrência de mercado. Vender não é um negócio? Então deixa vender minha mercadoria, pois só cresce quem trabalha duro, sua a camisa e tem boas ideias. Viva a democracia!

Carlos Alberto de Oliveira     


           


            

terça-feira, 22 de julho de 2014

Eu exijo meus direitos. Mas quais são os meus direitos?


         É muito comum as pessoas deixarem de exigir seus direitos pela simples razão de nãos os conhecer. Todavia, as coisas estão mudando, pois cada vez mais as pessoas procuram saber quais direitos possuem em diversas situações.
         Um dos ramos do direito mas próximo a população é o DIREITO DO CONSUMIDOR, pois no dia a dia todos nós nos envolvemos na relação de consumo e ficamos expostos a direitos e obrigações.
         Quando acordamos e tomamos o sagrado café da manhã, com o pão quentinho, o café fresquinho, quando usamos o transporte para nos conduzir ao trabalho até quando chegamos mais tarde, tomamos um revigorante banho e ligamos nossa televisão para descontrair um pouco, há uma gama de atividades que nos coloca na posição de consumidor, sendo qualquer falha na prestação de serviço ou aquisição de bens de consumo está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor.
         Algo indispensável na  relação de consumo é a boa-fé. Caso esta não seja verificada e houver dano ao consumidor, o causador de tal dano tem a obrigação de reparar, trocando o produto em perfeitas condições, prestando o serviço conforme anunciado, indenizando o ofendido pelos danos morais que provocou.
         Para exercer o direito uma coisa é indispensável: não perder o prazo para reclamação. Há uma frase interessante que afirma: "O Direito não socorre a quem dorme". Dormir é deixar o passar o tempo e não tomar a atitude certa no prazo certo.
         O CDC prevê:
Art. 26 - O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis;
II - 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis.

                E complementa:
Art. 27 - Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo (...)

         Vício aparente ou de fácil constatação são aqueles que só aparecem quando você chega em casa e vai confirmar que o ventilador não possui o botão de ligar ou que o Torneiro Hidráulico trocou o cano da pia da cozinha, mas o vazamento continua. Nestes casos o prazo é de trinta dias para a reclamação. Todavia, se o serviço for do mecânico que retificou o motor ou compra de uma geladeira que depois de um tempo começa a não gelar, em ambos os casos o prazo será de noventa dias.
         Vale notar que muitas vezes é anunciado uma mercadoria com "garantia de 1 ano", um televisor, por exemplo. É a chamada garantia contratual. Neste caso, o consumidor tem direito a garantia de 1 ano e 30 dias, pois trata-se de duas garantias: a contratual e a legal.
         Ressalta-se que o prazo legal inicia-se no momento em que o consumidor toma conhecimento do problema, caso se trate de vício oculto.
         A lei só obriga aos lojistas a realizarem trocas de produtos defeituosos, não havendo dever legal de que seja trocado produto em virtude de arrependimento quanto à cor, tamanho ou modelo e qualquer outra hipótese. Mas atenção, se a compra foi realizada pela internet ou telefone o consumidor poderá utilizar o direito de arrependimento imotivado no prazo de 7 dias.
         Caso o vendedor ou prestador de serviço não queira resolver o problema reclamado dentro do prazo, o consumidor pode ajuizar ação ou tentar acionar um órgão que trabalhe com acordos. Uma boa opção é o procurar o PROCON ou a Defensoria Pública, sabendo que os Juizados Especiais Civis podem ser acionados pelo próprio consumidor, sem necessidade de advogado até certo limite, dependendo da esfera.
         Por fim, reclamar de fato vale a pena, mas sem perder o prazo e conhecendo o mínimo dos direitos que todo consumidor possui.

Carlos Alberto de Oliveira





segunda-feira, 30 de junho de 2014

Essa tal democracia batista

Essa tal democracia batista


       Nada mais democrático do que ouvir e ser ouvido, inclusive na igreja. Viva a democracia batista.
            Essa tal democracia batista permite votar e ser votado; propor, apoiar, pedir réplica, tréplica e registrar o único voto contrário; possibilita discordar no campo das ideias, solicitar "pela ordem", aprovar/rejeitar relatórios, pareceres, criar comissões, participar das mesmas como vogal, relator ou convidado, no afã de que a transparência continue sendo a marca indelével da doutrina batista.
            Essa tal democracia batista proporciona uma agenda lotada com reuniões, sessões, pesquisa de preços, montagem de calendário, planejamento coletivo, assembleias, convenções, congressos, retiros, cursos, encontros, passeatas, torneios, gincanas, ensaios, tudo com o desejo de que a participação coletiva seja indubitavelmente evidenciada.
            Essa tal democracia batista nos leva a seguir leis, estatutos, regimentos, ordem de serviço, normas de função e ainda controlar a água, o telefone, a energia, o combustível, o material de consumo... as despesas variáveis precisam seguir estritamente a previsão orçamentária e os gastos imprevistos são cobertos pela Reserva de Contingência.
            Como eu amo essa tal democracia batista quando vejo que o peso do voto de um ancião tem o mesmo peso do voto de uma criança, cuja participação é garantida, salvo limitações legais e estatutárias; como eu admiro saber que a decisão unilateral é a exceção e precisa ser ratificada pela coletividade.
            Como eu vibro com essa tal democracia batista em que cada igreja é ligada a associações, mas cada unidade tem toda autonomia para tomar suas próprias decisões, usar os próprios recursos e ainda contribuir pela causa comum, quer seja a nível local, regional, estadual e até mundial.
            Porém, como eu temo essa tal democracia batista que emperra nos quóruns, na possibilidade da liberdade de manifestação individual não pensada, na ausência de compromisso de parte que deixa na mão da outra parte decidir pelo todo e que não age como corpo, ainda que exija ser tratado como tal.
            Ah, como eu gostaria que essa democracia batista sempre fosse invocada no interesse do reino e que não desse brecha para quebrar a harmonia e a unidade, marca da igreja primitiva que tinha tudo em comum, com ausência de necessitados e conquista da graça e confiança dos que a cercava.
         Essa tal democracia batista certamente não salva, mas com certeza nos permite transitar com transparência e reforçar os pilares pelos quais nos consideramos irmãos, filhos do mesmo pai, com os mesmos direitos, com os mesmos deveres, com o mesmo objetivo, com o mesmo ideal.

              Salve Deus essa tão desejada, propagada e real democracia batista.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A copa e os cristãos

 Estamos em clima de copa do mundo e uma coisa nos chama a atenção: a dedicação dos atletas para o evento. Há pouco vi a tristeza do técnico da seleção colombiana por não convoca o jogado Falcão Garcia, por conta de uma lesão não recuperada.
            De igual forma, o selecionado da Argentina também teve que excluir alguns jogadores, tendo em vista o número de atletas permitido para o mundial de futebol. Que decepção para os não relacionados.
            Todos os jogadores sonham em disputar o maior evento futebolístico, considerando a honra de defender as cores de seu país, a glória de ser campeão, levantar o troféu tão cobiçado e pela divulgação aos quatro cantos do sucesso de sua seleção e de seu nome enquanto atleta profissional.
            Para alcançar a glória de ser reconhecido "campeão do mundo", os atletas passam por rigorosa preparação física e psicológica, abdicando-se da companhia de seus familiares e passando longo período concentrado, convivendo com pessoas que possuem os mesmos objetivos, ainda que hábitos diferentes.
            Muitos já possuem sua vida financeira resolvida e participam tão somente pelo desejo de receberem uma medalha que será prova inequívoca de sua coroação.
            Se eles se dedicam por prata, ouro e bronze que "se corroem", muito mais os cristãos precisam estar atentos pela promessa da coroa da vida destinada aos que vencerem e pelo rico privilégio de beberem e comerem da árvore da vida.
            O que nos tem faltado para que sejamos verdadeiramente Atletas de Cristo representando seu nome em todos os lugares, dando testemunho vivo de que somos diferentes
e que fomos convocados para fazer parte do selecionado dos salvos?
            Na seleção para a qual fomos convocados, muitos chegarão contundidos pelas aflições do mundo, todavia guardaram a fé e tiveram bom ânimo. Uma vez convocado, ninguém será desconvocado.

            Se a copa tem a possibilidade de deixar um legado para o povo, a preparação espiritual tem condições de nos dar um legado para a vida eterna. Assim sendo, temos mais motivos para não desanimarmos e perseverarmos. Ao que vencer o  maior dos troféus: a vida eterna com Cristo.

domingo, 1 de junho de 2014

Você é corrupto? Então por que esse fedor de corrupção nas suas vestes?

A onda agora é criticar a corrupção e desejar que todos os corruptos fossem para a cadeia. Mas a grande questão é saber qual o nível de corrupção que você tolera.
Há pessoas gritando "fora corrupção" com "gato" para diminuir a conta de água e energia... Gente boa que finge que não percebeu o troco a maior... que separa um trocado para o guarda de trânsito ou que molha a mão do fiscal diante de irregularidade cometida.
Esquecem tais pessoas que só existe o corrupto ativo por que existe o passivo, pois alimenta a corrupção tanto o que exige como o que dá vantagem indevida a outrem que, por lei, tem o dever de fiscalizar.
Há os corruptores que se aproveitam da conduta ilícita de parente e desfruta do produto como se não soubesse da origem do dinheiro sujo. Cada argamassa que sustenta o tijolo de suas casas vem com o sangue dos inocentes não atendidos pelo sistema enfraquecido pela corrupção.
Há os corruptos Hobin Hood que se utilizam indevidamente do dinheiro público para "distribuir" parte para os "necessitados". É aquele camarada que está num cargo comissionado (indicado), que não aparece e que diz que recebe para ajudar um amigo necessitado, desviando parte do valor ilícito para o amigo. Hipócrita, sem vergonha, corrupto.
E os tantos loucos de ocasião, amputados de mentirinha, incapazes que continuam trabalhando, declarados pobres que possuem renda familiar e que recebem da previdência, ajudando a aumentar o rombo do desequilíbrio previdenciário. Corruptos, sem vergonha, hipócritas.
Por fim, aquele que possui patrimônio incompatível com seus rendimentos e que só faltam falar que herdaram fortunas, ganharam na loteria ou que deram duro para conseguir aquilo  que os coloca num patamar que ninguém com os mesmos esforços conseguem... sem vergonhas, hipócritas, corruptos.
O grito dos mendigos, dos miseráveis, dos desvalidos, dos assassinados por desvio de dinheiro público clama por justiça... se a justiça terrena não as socorrem, os gritos chegarão nos ouvidos daquele que promove a justiça divina.
Um dia tudo acabará e todos os corruptos, sem vergonha, hipócritas que ajudam a aumentar a desigualdade social chegarão à conclusão que tudo é vaidade e que só fizeram correr atrás do vento e derrubaram os que esbarraram em seus caminho. Aí só sentirão uma coisa: a dor da alma, a dor do espírito, a dor que lhes restou daquilo outrora esquecido: a amargurada e tênue consciência.
Para uns a foice será a urna; para outros, virá num cavalo alado. Pode demorar, porém é certo que a justiça chegará!
Betinho


quarta-feira, 19 de março de 2014

Garimpando a história dos batistas



            A história se faz de fatos e esses nem sempre estão disponíveis a ponto de serem ordenados e obedecerem uma linha lógica para demonstrarem uma época ou a evolução de um grupo de pessoas.
            Assim é que a história dos Batistas duquecaxienses rica e cheia de detalhes vai-se apagando por falta de registros e pela partida daqueles que fizeram a história ou que a sabem contar.
            Estamos com um projeto de resgatar a história de lutas, dificuldades e superação do Batistas que fincaram a bandeira no município de Duque de Caxias ainda na década de trinta, período em que o próprio município começava a discutir sua emancipação!
            O desafio está exatamente na falta de informações fidedignas, o que nos leva a uma reflexão maior que perpassa pelos registros que nós mesmos criamos. Nem sempre quem redige uma ata tem a sensibilidade e ciência de que está anotando fatos históricos e que poderão ser usados de diversas maneiras ou para atingir variados objetivos.
            Um livro de Ata pode ser usado tanto pela igreja como por órgãos externos, para fazer prova a favor ou contra si. Tal qual os livros contábeis e fiscais, as atas devem revestir-se de forma legal, como registro em Cartório, manter a sequência de folhas numeradas e conter a assinatura do secretário que redigiu e do presidente que dirigiu a reunião registrada.
            Mas o foco aqui é dizer que muitas vezes faz-se uma caderneta para anotar frequência ou registra-se em Atas as decisões da assembleia, sem a preocupação de que se está gerando informações para tomadas de decisão ou até mesmo para eternizar a vontade plenária num determinado momento. Isso não é história?
            Na falta dos registro de forma que contenha por si uma história, nosso trabalho vira uma grande atividade de garimpagem, onde se analisa muita coisa, mas pouco se aproveita, vez que faltam informações essenciais.
            Mas a despeito das dificuldades, vale a pena confirmar que o que se tem achado é verdadeiro tesouro que as gerações futuras não podem deixar de tomar conhecimento, obtendo dados que certamente facilitarão a compreensão do presente e direcionar o futuro.
            Deus conduz a história e usou e continua usando homens valorosos para que sejam recrutados para trabalharem em sua seara. Uma forma de reconhecer os esforços dos antecessores é continuar o trabalho que iniciaram de forma muito digna e muito especial.

            Que Deus oriente a todos aqueles que  fazem história.  

quarta-feira, 12 de março de 2014

Trabalhador doméstico ou escravo do lar?

Parece que a liberdade tão sonhada e cantada em prosas e versos ainda está distante de ser uma realidade. Numa época em que os direitos trabalhistas alçaram o patamar de norma constitucional, ainda vemos muita exploração do homem pelo homem.
                Em diversas áreas, essa exploração é notória, como o caso do trabalhador rural que acaba laborando por troca de comida ou que fica preso ao empregador por dívidas assumidas em comércio do próprio empregador.
                Todavia, há um caso específico de exploração que não é visível porque se esconde dentro dos muitos lares brasileiros, em especial os localizados nos pequenos e médios centros. Trata-se do trabalho doméstico. A exploração atinge adultos, jovens, adolescentes e crianças.
                Se no meio rural os trabalhadores ficam presos ao empregador por conta da comida, nos lares os trabalhadores domésticos ficam presos por favores, geralmente recebimento de roupas não mais servíveis da patroa bem como diversas bugigangas que são oferecidas em troca da eterna fidelidade, de não questionar horas extras, ausência de descanso semanal e a submissão a jornadas abusivas.
                Quando se trata de região pequena, como nos interiores, qualquer reivindicação é motivo do trabalhador ser taxado de "encrenqueiro", de modo que fica "marcado com ferro em brasa" e não consegue nenhuma outra colocação profissional no lugar. Daí a sujeição perene, que acaba passando de pai pra filho, por "falta" de opção justa ou oportunidade de ascensão social.
                Se anteriormente os filhos dos escravos pertenciam ao seu "senhor", hoje o trabalhador fiel garante o ofício explorado aos filhos e sobrinhos, afinal, a grande referência é o trabalho do parente que se sujeita a tudo sem reclamar ou questionar.
                Se no meio rural o trabalhador não tem o direito de dispor de seu salário como bem entende, no lar a "patroa ou patrão", compra a crédito em nome do empregado, que fica eternamente preso ao favor imerecido. Há casos em que o empregador se compromete a pagar o aluguel do empregado, não se dando conta o trabalhador que tal pagamento é salário indireto, daí o valor base de sua remuneração ser inferior ao piso estadual, como no caso do Estado do Rio de Janeiro, ou ao salário mínimo, nos lugares em que não há lei estabelecendo o piso.
                Se o doméstico se aposenta, o empregador convence ao empregado que não vale a pena ter a CTPS assinada e que o salário será reduzido, visto que ele já possui outra renda. Isso ocorre com frequência com pessoas pouco esclarecidas e que vivem nas periferias da pequenas e média cidades.
                O curioso é que o lar empregador esconde a exploração infantil, pois a mãe leva num primeiro momento o filho menor, e posteriormente está o neto também menor trabalhando naquilo que é considerado nada de mais: tira um pó aqui, seca uma louça ali e acaba com um avental fazendo todo o trabalho doméstico.
                Numa situação de exploração infantil nos diversos lares, o empregador diz que é melhor que o menor fique ao lado do trabalhador, afirmação que é totalmente aceita pelo doméstico que não quer ver o filho na rua fazendo coisas erradas, longe de seu olhar, esquecendo que o que permite também é errado, pois lugar de criança é brincando e não perdendo a infância por conta de qualquer trabalho.
                Em muitos lugares, há permissividade das autoridades que também exploram o trabalhado doméstico, não prosperando qualquer ação trabalhista, qualquer queixa nos conselhos tutelares, qualquer representação nas paróquias ou igrejas.

                Só há uma forma de acabar com essa mancha que se esconde nas "casa de família": denunciando, educando e conscientizando. Há ainda organismos sérios que podem investigar a denúncia. O conhecimento é uma arma poderosa e a educação é o caminho para mudanças; a conscientização de que todos somos seres humanos e que merecemos a dignidade é uma meta!

Carlos A. Oliveira

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Pode haver pena de morte no Brasil?

Quando entendemos pena no sentido de ação do Poder Judiciário a fim de executar uma decisão legal de um individuo condenado, a resposta  a indagação acima poderá ser sim ou não, visto que a mesma constituição que proíbe a pena capital, faz uma exceção de sua admissibilidade em tempo de guerra. O mesmo texto legal (Inciso XLVII, do art. 5º da CRFB) vai ainda rechaçar as penas cruéis, de banimento, de caráter perpétuo e de trabalho forçado.
                Todavia, quando olhamos nossa realidade, verificamos que não somente poderá haver como há em plena execução a pena de morte no Brasil. Infelizmente, ela está sendo aplicada não por quem detém o poder de aplicá-la: o estado, mas pelos grupos que andam à margem da sociedade.
                Não raro somos informados pelo noticiário sobre homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte), onde a vítima não possuía qualquer forma de defesa, causados por motivo fútil ou modo cruel. Hoje se mata ao vivo, sem que se avise aos telespectadores sobre o constrangimento da imagem.
                Muitas vítimas fatais possuem envolvimento com o tráfico, drogas ou a criminalidade de forma geral. Entretanto, cresce o número de pessoas mortas por balas perdidas, assaltos, desastres culposos (quando não a intenção do resultado), ações dolosas (intenção de provocar a morte), de modo que pessoas inocentes estão sendo executadas a cada dia, sem que tenha o direito à ampla defesa ou a defesa do Estado a quem confia o exercício da segurança.
                Não demorou para que o direito de manifestação tanto pregado como fruto de plena democracia trouxesse a anarquia e extrapolação do uso do direito. Muitas vezes atos legítimos são convocados, mas o que se vê é a ação de grupos que querem fazer baderna, destruir o patrimônio público e até... matar, assumindo o risco de ser juiz da vida alheia.
                Sim, existe a pena de morte no Brasil. Não aquela imposta por meios legais que suspende a punição por penas e medidas alternativas ou que prende o infrator com a promessa de recuperá-lo, deixando-o pior do que entrou. A execução capital no Brasil existe pelos grupos paramilitares, pelos políticos que roubam, não dando a oportunidade de aplicação da verba em saúde, saneamento básico e condição digna de vida.
                Existe a pena de morte quando o governo decide destinar verbas para programas que beneficiam parcela ínfima da sociedade em detrimentos dos verdadeiras necessitados ou quando aplica parcela considerável em programas e eventos transitórios quando o clamor público é para questões comezinhas.
                A pena de morte fica evidente quando um grupo da população não tem acesso aos itens que correspondem as suas necessidades básicas e não possuem condições de mudar sua realidade, como se nascessem em castas, onde os pais foram executados por nascerem em regiões humildes ou pertencerem às classes situadas abaixo da linha de pobreza.
                Há pena de morte quando grupos oficiais ou paralelos utilizam da tortura ou qualquer meio ilícito de se conseguir prova. De igual forma, penaliza-se mortalmente qualquer preconceito por raça, cor, origem, opção religiosa ou sexual.
                Devemos lutar imediatamente pela valorização da vida, pelo amor ao próximo, pela moralidade pública, pelo correto exercício do direito, pela responsabilização de qualquer um que coloque em risco a vida, sob pena de todos nós sermos condenados à morte, mesmo em tempo de paz.

                Que haja efetiva justiça, antes que seja tarde demais. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O barulho no silêncio




            Para variar, acordei cedo. Para não acordar meu povo, fui sentar numa praça silenciosa e divagar um pouco sobre o ano que inicia.
            Qual a minha surpresa ao identificar um mundo paralelo naquele pseudo silêncio. A cada instante era o som de um pássaro, de um grilo e de dezenas de insetos. Procurei vê-los e só consegui ver meia dúzia. Mas sabia que todos estavam lá.
            De repente uma assanhada cigarra resolveu entrar no páreo, o céu foi cortado por escandalosas maritacas, o galo cantou lá longe e os de outros cantos responderam.
            Eu percebi que meus ouvidos estavam desatentos ao som contagiante do desfile invisível da escola Agremiação Natureza em Foco.
            Talvez isso seja um aviso para estar mais atento no ano que se inicia àquilo que não se vê, mas pode ser sentido, afinal, o essencial é invisível aos olhos!
            Havia encerrado esse texto aqui, mas ainda cabe uma reflexão: Quantas vezes Deus fala conosco e estamos desatentos ou fazendo ouvido de mercador? Vale lembrar a sua multiforme graça (I Pedro 4.10) que faz com que Deus fale de diversas maneiras.
            Você já parou para ouvir Deus falar hoje? De repente Ele está lhe falando e você está desatento, mesmo com o pseudo silêncio. A natureza  fala. "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Salmos 19.1).

            Talvez seja o momento de parar de fazer tudo e ouvir o som do invisível! Boa descoberta!