segunda-feira, 31 de julho de 2017

FESTA DA SALSICHA


Recebi nesta semana um alerta sobre a animação FESTA DA SALSICHA. Aparentemente é um desenho com uma história simples e bem bolada:  mostra a vida secreta dos produtos de supermercado.  Ocorre que o trecho do filme que recebi mostra uma verdadeira orgia entre os alimentos.
Sendo uma animação (desenho) atrai crianças e adultos, mas quando se toma conhecimento dos pormenores do filme, vê-se que é carregado de palavrões e cenas de sexo.
Não acreditei e fui pesquisar. Minha surpresa começou quando encontrei que Essa animação não é pra criança. Como assim?
Resolvi assistir à animação e vi que tem apologia à droga, magias, apelo sexual, palavrões, questionamento de religião, dentre outros.
Abaixo coloco o endereço do TRAILER  e também da cena surreal da orgia do desenho, já alertando que não deverá ser aberto perto de crianças ou em local público para evitar constrangimentos.

Trailer que passa no cinema:
https://www.youtube.com/watch?v=FNP0N_QcfFU

Trailer da cena de orgia:
https://www.youtube.com/watch?v=XwddRwJq888&oref=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DXwddRwJq888&has_verified=1

Pior é que a animação está disponível no Youtube e também nos canais fechados. Cabe aos pais analisarem o que seus filhos estão assistindo mesmo na televisão e conferir a censura, pois li que vários pais levaram seus filhos ao cinema e ficaram constrangidos ao saberem do conteúdo do filme.

A frase "meter minha salsicha no seu pão" é inocente e dita no filme, mas nem tudo que parece é. Assim é a FESTA DAS SALSICHAS.

sábado, 29 de julho de 2017

Festa no céu





Irmã Lecy vai subindo as escadas do céu e lá ao longe vê uma pessoa entre as nuvens correndo em sua direção. Ela não acostumada com a espessura das nuvens tem dificuldades em reconhecer a pessoa, mas logo identifica a voz alegre que grita seu nome.




- Irmã Lecy, irmã Lecy... seja bem-vinda.
- Quem é você? Meus olhos ainda estão meio embaçados.
- Eu sou o Carlinhos, irmão do Marquinhos.
- Meu filho, como você está? Que prazer!
- Prazer todo meu. 
- Como você está forte e bonito.
- Por aqui tudo é bonito, forte e maravilhoso.
- Sua voz está diferente Carlinhos. O que você fez?
- Eu não fiz nada, mas estou cantando no grande coral. Aliás, é pra lá que a senhora vai, pois gostava muito de cantar.
- Carlinhos, meu filho, onde encontro o irmão João Soares de Andrade? Sempre quis conhece-lo e dar um grande abraço nele.
- Isso é fácil irmã, ele mora numa bela mansão ali à frente e vamos passar por lá daqui a pouco. Vamos andando, pois há muita coisa aqui para a senhora conhecer.
- Quem é aquela pessoa lá na frente? Ela está me parecendo a irmã Baratinha!
- Aqui no céu não temos apelido irmã Lecy. Aquela é a irmã Adelmaria!!!
- E aquele pessoal que vem cantando alegremente com voz angelical?
- Aqueles são os inseparáveis vizinhos José Lopes, Izias, Ritinha, Josefina e Maria Almira. E mais á frente TANTOS outros.
Todos se encontraram, abraçaram-se e saíram cantando hino adaptado do Cantor Cristão:
“Céu Lindo céu, céu lindo céu
Há mansões celestiais todas feitas por Deus
Céu Lindo céu, céu, lindo céu
ESTOU NO céu, lindo céu,
Com Cristo ESTOU MORANDO NO lindo céu"

O MENDIGO FOLGADO

Mal cheguei à Rodoviária de Cabo Frio e um senhor com várias bolsas e sacolas ocupando quase todo o banco, olhou para mim e perguntou: - O senhor é evangélico?
Eu prontamente respondi: “- sou”! Ele disse que eu parecia um pastor ou diácono ou um presbítero. E aí continuou: “Eu não quero incomodar, mas o senhor poderia me dar um dinheirinho para comprar um prato de comida?”.Disse a ele que não podia dar dinheiro, mas se ele quisesse eu poderia pagar um lanche. Ele na maior desfaçatez falou: “- Atravessando a rua tem uma restaurante que vende quentinha e tem carne, peixe ou frango. O senhor vai lá e compra pra mim”.
Eu falei que meu ônibus sairia dentro de sete minutos e que não poderia ir, mas que compraria um lanche pra ele. Não muito conformado, ele retrucou: “Então o senhor compra dois salgados e um refrigerante, mas o salgado tem que ter recheio de carne”.
Eu já achando o cara exigente, fui na lanchonete em frente. Mas só podia comprar com cartão, pois o banco 24h que fui não estava sacando. Como naquela não aceitava cartão, fui em outra. Comprei e pedi para o atendente escrever num guardanapo para que o pedinte pegasse.
Ao retornar, dei o vale lanche para ele, que imediatamente pediu que eu voltasse e pegasse o lanche. Eu disse que era para ele ir e escolher o salgado. Concordou, mas deixou uma orientação: “- tome conta das minhas coisas”.
Ao chegar, ele tirou dentro da bolsa um saco de banana que estava amassada. Pediu para eu ir na loja em frente e pedir uma sacola para ele proteger as bananas.
Ao chegar com a sacola, ele pediu para eu ajudar a colocar várias sacolas dentro da sacola que consegui. Já estava por aqui com o cara, mas cheio de vontade de falar umas palavras de incentivo, quiçá, motivadoras... 
Antes que eu formulasse, ele disse que iria para o Rio no ônibus das 20:30h e que deveria chegar ao Rio às 23:40h. Aí perguntou: “- Quantos minutos vão faltar para meia noite se eu chegar às 11:40h?”. Respondi e nesse momento chegou meu ônibus. 
Após muito agradecer, apertar minha mão e desejar todas as bênçãos possíveis, desejei o mesmo para ele. Dei alguns passos e ele gritou: “- quando o senhor voltar, traz uma bolsa pra mim, pois no Rio é baratinho. Não posso andar com um monte de sacolas no ônibus”.
Acenei para ele e dei mais três passos e ele gritou: “– Irmão, irmão...”. Olhei pra traz instintivamente e ele continuou: “A bolsa pode ser preta”. Dei tchau pra ele e corri para o ônibus.
Não consegui dialogar com o cara, mas acredito que ele tem uma boa técnica de pedir e envolver as pessoas. Tá bom... o cara me enrolou mesmo. Nem sei se posso falar que era um mendigo, pois parecia um morador de rua que voltava de vez em quando para casa.
Não sei como fazer para encontrá-lo, mas sei que se um dia esbarrar com ele, vai cobrar a bolsa preta e barata que tem no Rio, para onde ele viajaria e chegaria à meia noite.

A morte do Cantor Cristão


Queira Deus que esteja errado, mas há uma morte anunciada: a do Cantor Cristão. Não, não é uma pessoa, é o hinário da Igreja Batista do Brasil. 

Não faço a afirmação levando em consideração seu surgimento em 1891, mas uma simples constatação: muitas igrejas já o abandonaram e as que insistem em tê-lo na sua ordem de culto, não usa nem 10% dos seus 571 hinos.

Mesmo não sendo especialista em música, percebo claramente que a maioria dos regentes não conhecem a linha melódica dos hinos, deixando de fazer as tradicionais subidas, descidas, desobedecendo tempos, comprometendo a pulsação da música.

As gerações atuais não conhecem e nem tem interesse em aprender a música sacra, buscando ritmos e letras cada vez mais “contemporâneo”, deixando no esquecimento todo o tesouro musical que caracteriza a denominação.

Talvez o funeral do Cantor Cristão se dê exatamente ao final da minha geração, pois nem mesmos os meu contemporâneos dominam esse insigne hinário, desprezando parte da própria denominação, quiçá do histórico dos protestantes no Brasil.

Prova de que o Cantor Cristão está ficando para trás foi a tentativa de dar uma roupagem mais moderna à música congregacional com a criação do Hinário para o Culto Cristão. 

Mas a trancos e barrancos o Cantor Cristão vai sobrevivendo, sendo esquecidos diversos dos seus belos hinos. É uma pena, pois some com ele um pouco da história, um pouco da reverência musical, abrindo as portas para o novo, para o gospel, para o subjetivismo, onde qualquer murmúrio, grito ou risada é uma expressão de louvor.