sábado, 29 de julho de 2017

A morte do Cantor Cristão


Queira Deus que esteja errado, mas há uma morte anunciada: a do Cantor Cristão. Não, não é uma pessoa, é o hinário da Igreja Batista do Brasil. 

Não faço a afirmação levando em consideração seu surgimento em 1891, mas uma simples constatação: muitas igrejas já o abandonaram e as que insistem em tê-lo na sua ordem de culto, não usa nem 10% dos seus 571 hinos.

Mesmo não sendo especialista em música, percebo claramente que a maioria dos regentes não conhecem a linha melódica dos hinos, deixando de fazer as tradicionais subidas, descidas, desobedecendo tempos, comprometendo a pulsação da música.

As gerações atuais não conhecem e nem tem interesse em aprender a música sacra, buscando ritmos e letras cada vez mais “contemporâneo”, deixando no esquecimento todo o tesouro musical que caracteriza a denominação.

Talvez o funeral do Cantor Cristão se dê exatamente ao final da minha geração, pois nem mesmos os meu contemporâneos dominam esse insigne hinário, desprezando parte da própria denominação, quiçá do histórico dos protestantes no Brasil.

Prova de que o Cantor Cristão está ficando para trás foi a tentativa de dar uma roupagem mais moderna à música congregacional com a criação do Hinário para o Culto Cristão. 

Mas a trancos e barrancos o Cantor Cristão vai sobrevivendo, sendo esquecidos diversos dos seus belos hinos. É uma pena, pois some com ele um pouco da história, um pouco da reverência musical, abrindo as portas para o novo, para o gospel, para o subjetivismo, onde qualquer murmúrio, grito ou risada é uma expressão de louvor.



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