quinta-feira, 7 de novembro de 2019


O servidor público e as hienas no poder


        O servidor público é antes de tudo um leão! Entra governo, sai governo e ele é atacado ferozmente, às vezes sendo chamado generalizadamente de marajá e em outras de réu condenado pelos gastos públicos.
As hienas precisam justificar o rombo do setor público e escolheram a presa da vez: os leões, servidores públicos.  Primeiro cercam com a ideia de que o serviço público pode ser terceirizado e o concurso público pode acabar, depois atacam com a ideia da quebra da estabilidade, por fim vendem o peixe podre da redução de salários.
As hienas andam em bando pelos três Poderes e algumas apontam para os leões do Executivo.  Os lobos carniceiros de outros Poderes estão isentos de perseguição. Aliás, falam em privilégios, mas não abrem mão dos penduricalhos como auxílio gravata, auxílio paletó, auxílio moradia, ajuda de custo que não precisam comprovar as despesas.
As hienas são corporativas. Imagine que as hienas de um Poder reivindicam férias de 60 dias. A hiena de outro, transporta drogas em avião público, sem falar que as hienas de toga possuem casa própria, mas recebem auxílio moradia. Como pode ser isso?
E a raxadinha? Imoral.  As hienas do Rio foram desmascaradas pela Operação Furna da Onça que descobriu que os parlamentares embolsam parte dos salários de seus assessores. Isso só acontece no Assembleia do Rio? Não, ocorre nas câmaras municipais, nas assembleias distribuídas pelo país e onde mais tiverem hienas cantando de galo.
         As pessoas que vibram com a possibilidade de perda de estabilidade do servidor público não sabem que ela foi instituída para que servidores não virassem cabrestos nas mãos de gestores inescrupulosos e pudessem trabalhar com isenção. O fim da estabilidade intimida o bom servidor, pois sabe que suas ações poderão sofrer represálias das hienas e dos amigos das hienas que adoram a frase: “sabem com quem está falando? Eu sou amigo do rei e vou prejudicar você”.
        A proteção dada aos juízes segue o mesmo parâmetro da estabilidade do servidor público. Os juízes ainda gozam da inamovibilidade e vitaliciedade.
          Não existe estabilidade para o mal servidor que pode ser demitido a bem do serviço público ou ainda exonerado.
          Os inimigos dos servidores públicos estão no poder ávidos por sangue inocente não importando se a presa é cordeiro, leão ou bicho preguiça. A certeza é que o desmonte do serviço público está acontecendo e as hienas cada vez mais ousadas pregam o milagre do Poder econômico.
      Se a comparação com hienas for considerada desrespeitosa, de antemão peço desculpas aos carnívoros.

sábado, 26 de outubro de 2019

Dia do servidor Público



Aproxima-se o dia 28 de outubro, quando se comemora o Dia do Servidor Público.
Ao longo do tempo têm-se feito uma campanha contrária ao servidor como se ele fosse o culpado pelas mazelas do Brasil. Quando o usuário vai à repartição pública e não é atendido por falta de estrutura, geralmente ele culpa o servidor, esquecendo que quem tem que providenciar os meios necessários para que haja boa prestação do serviço oferecido pela Administração é o Poder Público na esfera de sua competência, ou seja, o Município, o Estado ou a União.
Portanto, quando o médico público não atende por falta de material hospitalar, o servidor não conclui o cadastro porque a rede de internet está fora do ar, quando não se consegue um benefício com rapidez porque tem poucos servidores para concluirem ou dar andamento ao procedimento, a culpa não é do servidor, mas de quem deveria gerenciar para que tudo acontecesse com a eficiência tão desejada.
Há servidores que não servem ao público e que nem deveriam ser chamados de servidores? Sim, há! Em todas as áreas há os bons e maus profissionais, todavia, não se deve generalizar, pois há servidores que vestem a camisa, que desempenham o seu papel e fazem além do que lhe é exigido.
No momento, há uma grande campanha difamatória contra o servidor público, como se ele fosse o culpado pelo desequilíbrio das contas públicas, como se ele fosse o motivo de tantos escândalos e desvio de dinheiro público, mas há décadas se constata que,  se a corrupção estivesse controlada, com maus servidores sendo destituídos dos cargos, políticos corruptos sendo presos e não reeleitos, particulares sendo devidamente enquadrados ao roubarem o dinheiro público, teríamos serviço público de qualidade e ficariam só os servidores comprometidos.
O servidor público não pode ser trocado por máquina despida de sentimentos, de análise de casos individuais. O ser humano que serve ao público deve ser valorizado, atualizado e respeitado. Muitos são qualificados e passaram em concurso público de provas ou de provas e títulos, possuindo especialização e treinamento adequado. É especialista no que faz.
Se há marajá no serviço público, se há os que abusam de sua condição de servidor, se há os que não executam a função pela qual foram admitidos, estes devem ser enquadrados, mas isso não deve ser considerado a regra, pois o bom servidor sabe que a razão de sua existência é servir ao público com eficácia e eficiência.
Salve (e salvem) o servidor público!