sexta-feira, 28 de abril de 2017

A REFORMA TRABALHISTA ENTRE A BICHARADA


            O tigre convocou uma reunião urgente para discutir a reforma trabalhista na floresta. Nomeou o Sr. Veado para dirigir a sessão, sendo secretariado por D. Galinha!
            O primeiro a chegar ao pedaço foi o macaco, dizendo que aquilo era um grande golpe contra os trabalhadores.
            O veado leu a ordem do dia e pediu para que a comissão de constituição e injustiça desse o parecer. Antes que o relator, Sr. Anta, pudesse se pronunciar, o macaco  começou a protestar fazendo a maior algazarra
            O camundongo também protestou inconformado com a ideia de ter que negociar com o gavião, dizendo que qualquer acordo deixaria seus filhotes em perigo.
            O galo falou que se reduzisse o horário de refeição e aumentasse a jornada de trabalho, não teria forças para acordar tão cedo e ser o despertador da floresta. Todos os pássaros se manifestaram favoravelmente, dizendo que seguiam o horário do galo e retransmitiam suas mensagens através de seus cantos.
            A serpente representando a parte patronal disse que daqui para frente a relação entre a bicharada seria perfeita, pois PREVALECERIA O NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO, ou seja, a ordem natural das coisas seria quebrada, mas o que valeria era o que cada um acordasse, combiansse.
            O morcego protestou porque tem horário certo para dormir e com a reforma teria que fazer horas extras, o que mexeria com sua saúde, sem que houvesse ganho no salário, porque ouviu falar que as horas seriam jogadas para um tal de banco de horas.
            A serpente amenizou dizendo que por outro lado, ele teria dias de folgas e que poderia passear durante o dia e aproveitar a luz e o calor do sol.
            Mais irritada estava a tartaruga, pois não havia meio de transporte público entre sua residência e o local de trabalho de difícil acesso. Levava meia hora para chegar ao ponto de encontro onde passava a condução da empresa. Ficava mais três horas dentro do ônibus oferecido pela empresa para levar à represa onde trabalhava com os castores. Com a reforma, o Sr. Lobo não precisaria mais pagar o tempo de deslocamento, ou seja, as três horas em que fica à disposição do empregador Lobo Bad.
            Inconformados com a reunião, as formigas lideradas pelas saúvas convenceram as abelhas, as minhocas e outras representações coletivas de pararem suas atividades. Os urubus falaram que não mais recolheriam o lixo. De repente entra o leão e falou que a reunião estava terminada e quem não aceitasse as condições que procurasse a justiça representada pela coruja Moura ou que recorressem ao Supremo Tribunal Animalesco.
            A coruja despertando do sono informou que diante da mudança da Constituição não há inconstitucionalidade.
            Os animais saíram tristes e desesperançosos sabendo que o que era ruim podia piorar, pois a reboque vinha a reforma previdenciária.
Pior levou a Preguiça que sempre disse que não estava nem aí para política, representação de classe. Com a algazarra da bicharada, caiu do galho, quebrou a clavícula e foi levada para O HOSPITAU. Continua numa maca esperando atendimento.
O escorpião defendeu tudo com garras ambas as reformas, mas isso já se esperava, pois está na sua essência a maldade!
Vida que segue!