sábado, 28 de janeiro de 2012

Você também é o culpado





Você também é o culpado!
Quando você anula seu voto, você é o culpado;
Quando você vota em branco, você é o culpado;
Quando você vota em candidato pela sua beleza, você é o culpado;
Quando você vota em candidato para fazer protesto, você é o culpado;
Quando você não acompanha as promessas do candidato eleito, você é o culpado;
Quando você perpetua a falta de compromisso, a indiferença, você é o culpado;
Quando você não dá chance ao novo e não age diferente, você é o culpado.
Não quer ser o culpado? Então saia do individual e pense no coletivo,
Deixe de agir por mesquinharia e veja a oportunidade que tem em suas mãos,
Use seu Direito como arma de transformação, vote consciente... isso é no mínimo nossa obrigação.

                                        Carlos Alberto - Betinho
                                                  27/01/12
                                    

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Trabalho à Distância: A Nova Redação do Artigo 6º da CLT


    O artigo 6º da CLT foi alterado, mudando entendimento dominante nos Tribunais Trabalhistas. No judiciário a posição era de que o trabalho realizado à distância, envolvendo celular, bip e outros meios informatizados não caracterizava horas à disposição do empregador.
    Agora, a lei é clara ao afirmar que tanto o trabalho executado no estabelecimento, no domicílio do empregado quanto o realizado à distância, envolvendo meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão, ou seja, esses meios indiretos são equiparados aos meios diretos para fins de caracterização da subordinação jurídica , logo, tempo que deve ser contado para fins de verificação da jornada, caso se trate de empregado (atendidos os requisitos da habitualidade, onerosidade, subordinação, pessoalidade e alteridade)
    Em outras palavras, o empregado que recebe ordens ou as cumpre por emails, telefones, bips, pager ou outro meio informatizado (teletrabalho) estará trabalhando e deve ser pago como horas extras, caso ultrapasse a jornada contratada!
    O novo dispositivo legal é um avanço a favor do empregado, entretanto sua efetividade dependerá do novo entendimento que os tribunais passarão a adotar, visto a dificuldade para caracterizar o trabalho à distância e o período correspondente.

Carlos Alberto de Oliveira


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Teoria versus prática






            Lembro-me que quando fiz Ciências Contábeis saí da faculdade com a sensação de que havia acabado de nascer e que teria de andar, correr, assoviar e chupar cana. Estava cheio de teorias e nem imaginava como aplicá-las no dia a dia.
            Logo após, passei para Contador da Secretária de Fazenda do Rio e vi que a teoria sem a prática não levava a lugar nenhum. Mas ela era indispensável para a execução da atividade iniciada nos bancos escolares.
            Quando o assunto é espiritual, as coisas não são diferentes. Há a necessidade de aliar a teoria à prática, sendo essa condição sine qua non (sem a qual não tem razão de ser) para que se cumpram os mandamentos do mestre.
            Que adianta saber que se tem de amar ao próximo e repetir isso dia após dia dentro da igreja e ter descaso com o irmão do banco da frente, não ir com a cara de fulano e fazer grupinho que exclui sicrano?
            Agindo desta forma, está-se diante de um evangelho capenga que Jesus tanto acusou os escribas e fariseus. A letra sem a prática é morta. Ela só passa a fazer sentido se for além da simples letras do mandamento. Aliás, Jesus veio exatamente para dar uma interpretação humanitária à lei, tornando-a mais efetiva.
            Interessante que quando sentimos a necessidade de aplicar a teoria, as outras coisa passam a fazer mais sentido. Por exemplo: quando se abençoa uma vida com algo prático, se sente mais vontade de fazer e no fundo sentimo-nos abençoados. Uma lata de leite é apenas um alimento, mas quando sacia a fome de uma criança, toma uma dimensão a ponto de entender o que sentiu os que foram beneficiados com a multiplicação dos pães e peixes.
            De igual forma, ajudar a dar banho num irmão com dificuldades, colocar roupas limpas e colocá-lo numa cama, faz-nos melhor compreender o que sentiu o Bom samaritano e a gratidão daquele que foi encontrado morimbudo na estrada.
            Ver alguém tornar-se uma nova criatura e passar pelas águas batismais dá a extensão do que quer dizer a expressão “e crescia a multidão dos que criam”.
            O fato é que nas quatro paredes há conforto e sair deste conforto pode trazer um conforto que atinge o fundo de nossa alma. Isso é simplesmente reconfortante.
            Mas a fé sem a obra é morta. A teoria sem que haja a prática é teoria mal apreendida, pois ninguém se satisfaz aprendendo a receita do bolo sem antes fazer e experimentar o bolo.
            Que possamos deixar de nos enganar e amar mais a nosso próximo como amamos a nós mesmos, mas sobretudo como dizemos que amamos a Deus.
            Sem julgamento... pura constatação!!!

Carlos Alberto, 10/01/2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

O (crente) vira lata


         Pode não parecer, mas crente também tem pedigree. O que é isso? Resumindo é um Certificado de Registro que identifica a raça do animal doméstico. Muitos vão negar até a morte que não se enquadram em tal categoria animalesca, entretanto fazem questão de serem conhecidos como raça boa ou advindos de família nobre.
         Há o crente policial... aquele que averigua tudo! Desde o relatório financeiro até se a quantidade de pregos usados e amassados confere com a descrição na previsão orçamentária.
         O crente poodle é aquele que se vale de seu tamanho e se disfarça como um novelo de lã. Nunca aparece e fica sempre por fora das notícias.
         Já o crente Pastor alemão é aquele temperamental. Qualquer coisa que se diga dele ou até o que se deixa de dizer é motivo para tirar férias e ameaçar pedir carta para outra igreja.
         O crente São Bernardo é o crente do resgate... ele está sempre atento aos necessitados e sabe muito bem quando outros se afastam da comunhão. Sempre tem uma palavra animadora e possui um cantil de palavras suaves e animadoras que fazem o desgarrado se sentir valorizado e desejoso de voltar à grei.
         Basset é aquele crente que engana pela aparência. Geralmente possui o olhar pensativo e expressão melancólica. Mas na convivência percebe-se que é gente boa, feliz e brincalhona. Quem não o conhece faz um juízo bem diferente dele... isso prova que nem sempre a primeira impressão é a que deve ficar.

         Uma das espécimes mais fechada é a do crente Bulldog. Ele gosta de companhia, é afetuoso e brincalhão. Não é agressivo, há menos que seja agredido. Na verdade parece que está sempre armado, pois a qualquer sinal de críticas, providencia uma saraivada de ataques que podem chegar à esfera pessoal.

         O crente dálmata é “um boa pinta” que possui a marca da elegância e harmonia.  Atrai olhares de verdadeira admiração por onde passa... seus testemunhos falam mais do que suas palavras. Por se dedicado à obra, o inimigo não se cansa de querer fazer um casaco de seu couro, mas sempre é envergonhado, ainda que tente com 101 dálmatas diferentes.

         Há ainda o crente Pitbul... aquele que só vive atacando os outros. Tem sua opinião própria e a de todos está sempre errada. Defende seu ponto de vista até a morte, ainda que convencido da incoerência e praticidade de suas idéias.

         Por fim tem o crente vira lata. É aquele que não tem tempo ruim para ele. Na chuva ou no sol se faz presente; Com uma ou outra liderança está sempre colaborando... ouve, vê tudo, mas só retém o que é bom. O crente vira latas se dá com todo mundo e não vive em panelinhas... na verdade latas e panelas não são seus objetos mais admirados, pois derrubo-as ao passar por eles.

         O crente vira latas é resistente e tem um aprendizado muito particular proveniente de suas experiências conquistadas pela liberdade de locomoção e trânsito livre entre as massas. É bem verdade que come do resto que cai das mesas, mas nunca fica sem sua alimentação. Não tem frescura no trato com seus pares e dono. É osso duro de roer e não abandona a sua congregação.

         O crente vira latas está sempre disposto a ajudar, por isso se dispõe a ser um cara coringa e servir para todos os entraves e entreveros. Não é letrado, mas dá conta do recado; não domina as técnicas de oratória, mas consegue prender o auditório com sua técnica popular e sua experiência do cotidiano. Não chega a ser uma unanimidade, mas é carismático e amigo.

         Na verdade, falta-lhe pedigree, mas isso nem vem ao caso, pois é uma mistura de todas as raças e, por assim ser, reúne as principais qualidades de seus companheiros. Por isso é que se todos os cães merecessem o céu, sem sombra de dúvidas os vira latas seriam fortes candidatos ao andar de cima.
 
Carlos Alberto de Oliveira

Minhas Crônicas,  2009