Lembro-me
que quando fiz Ciências Contábeis saí da faculdade com a sensação de que havia
acabado de nascer e que teria de andar, correr, assoviar e chupar cana. Estava
cheio de teorias e nem imaginava como aplicá-las no dia a dia.
Logo
após, passei para Contador da Secretária de Fazenda do Rio e vi que a teoria
sem a prática não levava a lugar nenhum. Mas ela era indispensável para a
execução da atividade iniciada nos bancos escolares.
Quando
o assunto é espiritual, as coisas não são diferentes. Há a necessidade de aliar
a teoria à prática, sendo essa condição sine
qua non (sem a qual não tem razão de ser) para que se cumpram os
mandamentos do mestre.
Que
adianta saber que se tem de amar ao próximo e repetir isso dia após dia dentro
da igreja e ter descaso com o irmão do banco da frente, não ir com a cara de
fulano e fazer grupinho que exclui sicrano?
Agindo
desta forma, está-se diante de um evangelho capenga que Jesus tanto acusou os
escribas e fariseus. A letra sem a prática é morta. Ela só passa a fazer
sentido se for além da simples letras do mandamento. Aliás, Jesus veio
exatamente para dar uma interpretação humanitária à lei, tornando-a mais
efetiva.
Interessante
que quando sentimos a necessidade de aplicar a teoria, as outras coisa passam a
fazer mais sentido. Por exemplo: quando se abençoa uma vida com algo prático,
se sente mais vontade de fazer e no fundo sentimo-nos abençoados. Uma lata de
leite é apenas um alimento, mas quando sacia a fome de uma criança, toma uma
dimensão a ponto de entender o que sentiu os que foram beneficiados com a
multiplicação dos pães e peixes.
De
igual forma, ajudar a dar banho num irmão com dificuldades, colocar roupas
limpas e colocá-lo numa cama, faz-nos melhor compreender o que sentiu o Bom
samaritano e a gratidão daquele que foi encontrado morimbudo na estrada.
Ver
alguém tornar-se uma nova criatura e passar pelas águas batismais dá a extensão
do que quer dizer a expressão “e crescia a multidão dos que criam”.
O
fato é que nas quatro paredes há conforto e sair deste conforto pode trazer um
conforto que atinge o fundo de nossa alma. Isso é simplesmente reconfortante.
Mas
a fé sem a obra é morta. A teoria sem que haja a prática é teoria mal
apreendida, pois ninguém se satisfaz aprendendo a receita do bolo sem antes
fazer e experimentar o bolo.
Que
possamos deixar de nos enganar e amar mais a nosso próximo como amamos a nós
mesmos, mas sobretudo como dizemos que amamos a Deus.
Sem
julgamento... pura constatação!!!
Carlos Alberto,
10/01/2012
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