segunda-feira, 11 de setembro de 2017

“It - a Coisa” – Spoiler * numa visão cristã


         Um filme que mistura terror, comédia e romance não pode fazer mal a ninguém. Será?
A história é simples: uma criatura maligna que ataca as crianças da cidade. Opa! Já deixou de ser simples, pois trata de uma criatura maligna! Por que mata crianças? Na história de Jesus, vemos o rei Herodes mandando matar todas as crianças menores de dois anos. Por que matar crianças?

Jesus deu um destaque especial às crianças quando os pais levaram seus filhos para que ele impusesse as mãos e orasse por elas. Os discípulos, contudo, os repreendiam para que não importunassem o mestre, mas Jesus pediu que não as impedissem porque das tais era o reino dos céus (Mateus 9:14).

No filme, uma criança segue o barquinho de papel que corria nas águas da chuva. O barquinho cai num bueiro e de lá surge um palhaço que, após conseguir a simpatia do menino, vira um monstro, arranca o braço dele e o mata. O palhaço age como aquele que veio para roubar, matar e destruir (João 10:10).
Mas onde o palhaço mora? No esgoto, numa casa assombrada, num poço misterioso que parece não ter fim. Ele mora num verdadeiro inferno, onde as crianças mortas ficam “vagando”. Isso lembra alguma coisa? Há um momento em que o palhaço diz: “Eu não sou real o suficiente para você?”. Os adultos da cidade nem se ligam pelo fato de tantas crianças desaparecerem. Entretanto, o palhaço rouba a paz dos pais, mata a esperança dos adultos de terem os filhos ao seu lado e destrói a unidade familiar, pois no filme ou aparece um pai ou uma mãe ou não aparece nenhum pela morte declarada dos dois.

Há algo que alimenta o palhaço: o medo das crianças. O que é o medo, senão uma ansiedade irracional, um temor inexplicável ou a falta de fé? A Bíblia fala para não ficarmos ansiosos por coisa alguma (Filipense 4: 6,7), não temermos (Lucas 12:32) e para não perdermos a fé (Hebreus 6:11).
A Coisa pode assumir diversas formas para enganar as pessoas. Numa dessas astutas ciladas, o palhaço dançante, aparecer num programa de televisão, na voz de uma doce apresentadora infantil, incentivando jovens a assassinarem brutalmente seus próprios pais.  Quantos desenhos, filmes, novelas e até propagandas induzem para a prática do mal? Tudo astuta cilada do mal, sobre as quais Efésios 6:11 nos previne para revestir-nos da armadura de Deus para poder combatê-la.
Mortos vivos perseguem os personagens. Até uma criatura sem cabeça corre atrás do menino. Hilário. Mas o que emociona é quando o irmão mais velho começa a ver o mais novo que morreu no início do filme, conversa com ele e diz o quanto sente a falta dele. Por sua vez, o irmão morto diz que quer voltar para casa, faz beicinho e até chora. Espere aí: se o irmão está morto, como quer voltar? Lucas 6:26 diz que há um grande abismo entre os mundos dos vivos e mortos, de modo que um não consegue passar para o outro lado, afinal. Não era o menino. Era o palhaço mais uma vez usando de sua traquinagem.

Os personagens do filme: um gordo, um negro, um judeu, um garoto doente, uma garota abusada sexualmente pelo pai. Um líder de uma gangue que aterroriza os colegas de colégio com bullying, cujo pai policial é exigente e acaba desenvolvendo um instinto assassino no filho. Efésios 6:4 fala para os pais não provocar a ira dos filhos, já o verso “1” diz claramente para os filhos obedecerem no Senhor. Já Provérbio 22: 2 orienta aos pais a educarem seus filhos no caminho do Senhor para que não se desviem dele quando crescerem. O filme mostra uma comunidade omissa na criação dos filhos, tanto é que ninguém se move para descobrir o desaparecimento das crianças.
O filme acaba com um pacto entre as crianças, quando se cortam com um caco de vidro e depois todas se dão as mãos banhadas de sangue. Um bom momento para se falar de saúde e de doenças transmissíveis. Mas é também um momento propício para se falar do pacto que Cristo fez ao dar seu sangue para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).
Parece que tudo é fruto da minha imaginação, mas o filme é baseado num livro e olha o que diz sobre o original: “A coisa possui um rival, conhecido como "A Tartaruga", outra entidade superior que criara o Universo em que vivemos, mas que tanto a Coisa quanto a Tartaruga são seres criados por outra entidade maior, conhecida como "O Outro". A Coisa e a Tartaruga são eternos inimigos, já que a primeira é a forma da destruição, enquanto a segunda representa a criação”.
Assisti ao filme com meu filho, pois ele queria ir com os amigos. Até fiz um “terrorzinho” nele no cinema, mas não posso me omitir e revelar a ele e a quem interessar possa minha interpretação da Coisa.
Pode parecer imaginação, mas para mim é real. A Coisa é o Coisa! É o suficiente para você?


* Spoiler é quando alguma fonte de informação, como um site, ou um amigo, revela informações sobre o conteúdo de algum livro, ou filme, sem que a pessoa tenha visto.