sexta-feira, 1 de maio de 2015

O que comemorar no dia 1º de maio?


            Hoje comemoramos mais um 1º de maio, Dia do Trabalhador, data celebrada em diversos lugares do mundo.
            Tudo começou em 1886, quando trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, fizeram uma manifestação nas ruas da cidade querendo reivindicar a redução da carga horária de trabalho, de 13h para 8h diárias. Neste mesmo dia, os trabalhadores americanos fizeram uma greve geral no país. Estes protestos ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket. Nos dias 3 e 4 de maio, manifestantes e policiais entraram em conflitos, o que resultou na morte de alguns envolvidos e em dezenas de pessoas feridas.
Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.
Quanto tempo se passou e como ainda há coisas para se mudar.
No exercício de minha função, nesta semana encontrei trabalhadores de uma grande empresa com sede em outro estado laborando 16 horas por dia. O empregado cumpriu seu turno e depois emendou outro, vez que a obra contratada estava com atraso no cronograma.
Mas não ficou só nisso, na mesma empresa não era concedido intervalo para descanso e alimentação, nem era considerado o intervalo que deve haver entre duas jornadas.
Em diversas empresas fiscalizadas em Armação de Búzios encontrei empregados sem registro, empregado estrangeiro laborando sem situação regularizada no país e diversas situações em  desrespeito à norma trabalhista.
Não são raros os casos de trabalhadores que comparecem ao Ministério do Trabalho e Emprego reclamando que foram dispensados sem receber as verbas rescisórias   e que tiveram suas carteiras de trabalho retidas.
Agora nos chega os casos dos chineses que são aliciados no seu país de origem e são obrigados a trabalharem em situação deplorável no Brasil, engrossando as fileiras dos casos já conhecidos nas confecções das grandes grifes que exploram trabalhadores, mantendo-os em ambientes totalmente inóspitos.
Hoje se discute a possibilidade de terceirização em todas as áreas da empresa, sendo que há pouco tempo foi feito estudo informando que a terceirização era a grande responsável pelos acidentes de trabalho, por conta da falta de especialização e treinamento na área de segurança e saúde do trabalhador.
Enfim, o que comemoramos no dia 1º de maio? Se a luta começou para redução da jornada de 13 para 8, como entender que grande parte dos trabalhadores são submetidos à jornada aviltante, condições insalubres e perigosas, exploração como se escravos fossem e ainda a contraprestação pelo trabalho, o salário, ainda é insuficiente para honrar com suas necessidades básicas?

Precisamos ter um 1º de maio em que se celebre a vida, a paz e as condições ideias para o trabalho, afinal, onde há trabalho não pode haver escravidão. 

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