Se
há algo que está em moda hoje em dia é falar mal dos poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário. Na verdade não é “estar na moda”, mas a injustiça
reinante faz com que nossa indignação se transforme em protestos e
inconformismo.
A
corrupção está generalizada e toma conta dos poderes constituídos e dos cidadãos
sem preceitos éticos e morais, a tal ponto que subverteram o Direito.
Hoje
temos autoridades que desviaram milhões de reais ainda exercendo o poder;
pessoas do alto escalão condenadas, mas soltas por terem bons advogados e que
manuseiam bem os chamados remédios jurídicos. Todavia, encontram-se encarcerado
o pobre que furtou um pacote de biscoito no mercado para saciar sua fome.
Quando
falo do furto famélico não exalto a ilicitude do furto, mas vejo que a balança
está grandemente desequilibrada, usando dois pesos e duas medidas. Há muitos
presos com direito à liberdade, pois já cumpriram suas penas, mas não há quem interceda
por eles.
Essa
história não é nova e quando lemos o livro do profeta Amós vemos que sua missão
foi denunciar a injustiça social que imperava no seu tempo, diante da
deterioração da moralidade e da justiça social.
O
livro mostra que os juízes tendiam suas decisões a favor dos ricos, evidencia o
tráfico de pessoas, salienta a questão do suborno, da expropriação de terras,
da opressão aos pobres, da exploração do semelhante para conseguir riquezas, do
sentimento de vingança, da crueldade, da falsa amizade, religiosos fazendo o
jogo do poder por medo de colocar seus sustentos em riscos. Se alguém pegar
este parágrafo isolado vai pensar que falamos dos dias atuais, mas é uma
verdade que data de 765 a 750 a.C.
Mas
a pergunta que não quer calar: o que tenho a ver com isso? O que a igreja tem
com a injustiça social, se não é cometida por ela?
Para
não ficar algo pessoal, vou repetir as frases retiradas da revista Palavra e
Vida, Lição 4, cujo tema é Justiça Social: acomodação ou denúncia?
“Denunciar
a injustiça deve ser uma atitude de coerência com a fé cristã”.
“Denunciar
é muito mais do que murmurar, é ser partícipe da solução”.
“...todos
precisam ser iguais no respeito, dignidade, convivência e direitos”.
“Explorar
as pessoas e usá-las para conseguir riquezas sempre será uma injustiça”.
“Deus
detesta quando alguém diz que é amigo e age como inimigo”.
“Sentimento
de vingança perpétua é impor injustiça”.
“A
ética não se mede pelo valor, pelo montante. A corrupção está numa simples
moeda”.
“Tribunais
que favorecem os ricos e poderosos serão alvos da manifestação da ira de Deus”.
Muitas
outras frases e versículos poderiam ser mencionados, mas deixo o versículo 12
de Amós 4 que diz “... prepara-te, ó Israel para te encontrares com o teu Deus”.
Por
fim, o texto da lição é claro ao afirmar que a verdadeira religião preza por
justiça social e que, como luz e sal da terra, não podemos nos omitir, nos
calar e nos esconder debaixo da cama.
Para
pensar e agir: Eu e você somos defensores da justiça ou instrumentos da
injustiça?
As
nações não ficaram impunes e os injustos deste século também não ficarão.
Amém!
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