sexta-feira, 31 de julho de 2015

Justiça social – e eu com isso?


        
Se há algo que está em moda hoje em dia é falar mal dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Na verdade não é “estar na moda”, mas a injustiça reinante faz com que nossa indignação se transforme em protestos e inconformismo.
A corrupção está generalizada e toma conta dos poderes constituídos e dos cidadãos sem preceitos éticos e morais, a tal ponto que subverteram o Direito.
Hoje temos autoridades que desviaram milhões de reais ainda exercendo o poder; pessoas do alto escalão condenadas, mas soltas por terem bons advogados e que manuseiam bem os chamados remédios jurídicos. Todavia, encontram-se encarcerado o pobre que furtou um pacote de biscoito no mercado para saciar sua fome.
Quando falo do furto famélico não exalto a ilicitude do furto, mas vejo que a balança está grandemente desequilibrada, usando dois pesos e duas medidas. Há muitos presos com direito à liberdade, pois já cumpriram suas penas, mas não há quem interceda por eles.
Essa história não é nova e quando lemos o livro do profeta Amós vemos que sua missão foi denunciar a injustiça social que imperava no seu tempo, diante da deterioração da moralidade e da justiça social.
O livro mostra que os juízes tendiam suas decisões a favor dos ricos, evidencia o tráfico de pessoas, salienta a questão do suborno, da expropriação de terras, da opressão aos pobres, da exploração do semelhante para conseguir riquezas, do sentimento de vingança, da crueldade, da falsa amizade, religiosos fazendo o jogo do poder por medo de colocar seus sustentos em riscos. Se alguém pegar este parágrafo isolado vai pensar que falamos dos dias atuais, mas é uma verdade que data de 765 a 750 a.C.
Mas a pergunta que não quer calar: o que tenho a ver com isso? O que a igreja tem com a injustiça social, se não é cometida por ela?
Para não ficar algo pessoal, vou repetir as frases retiradas da revista Palavra e Vida, Lição 4, cujo tema é Justiça Social: acomodação ou denúncia?
“Denunciar a injustiça deve ser uma atitude de coerência com a fé cristã”.
“Denunciar é muito mais do que murmurar, é ser partícipe da solução”.
“...todos precisam ser iguais no respeito, dignidade, convivência e direitos”.
“Explorar as pessoas e usá-las para conseguir riquezas sempre será uma injustiça”.
“Deus detesta quando alguém diz que é amigo e age como inimigo”.
“Sentimento de vingança perpétua é impor injustiça”.
“A ética não se mede pelo valor, pelo montante. A corrupção está numa simples moeda”.
“Tribunais que favorecem os ricos e poderosos serão alvos da manifestação da ira de Deus”.
Muitas outras frases e versículos poderiam ser mencionados, mas deixo o versículo 12 de Amós 4 que diz “... prepara-te, ó Israel para te encontrares com o teu Deus”.
Por fim, o texto da lição é claro ao afirmar que a verdadeira religião preza por justiça social e que, como luz e sal da terra, não podemos nos omitir, nos calar e nos esconder debaixo da cama.
Para pensar e agir: Eu e você somos defensores da justiça ou instrumentos da injustiça?
As nações não ficaram impunes e os injustos deste século também não ficarão.

Amém!

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