sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Promiscuidade entre Estado e Igreja



        
          O Brasil é um estado laico, ou seja, há uma separação entre Estado e Igreja. Não há uma religião oficial no Brasil e nenhuma religião deve receber doações advindas dos cofres públicos.

         Entretanto, direta ou indiretamente não é isso que vemos no dia a dia. As igrejas viraram redutos dos representantes do Estado, havendo as que lançam candidatos próprios e obrigam seus fiéis a votarem nos indicados pela cúpula eclesiástica.

       A palavra promiscuidade é geralmente usada em assuntos sexuais, entretanto ela possui também o significado de mistura confusa e desordenada. Daí podermos falar que existe um promiscuidade entre igreja e Estado.

         A JMJ – Jornada Mundial da Juventude – movimentou a União, o Estado e o Município do Rio e teve a participação do Papa, autoridade máxima da Igreja Católica, que também é chefe de Estado, tendo por isso direito às honras que cabem a seus pares, tal como recepção de sua delegação e proteção em território brasileiro. Tudo isso trouxe custo ao Estado brasileiro.

         Mas a promiscuidade se verifica nas pequenas coisas. Os constantes pedidos de ônibus, doações para eventos, tráfego de influência para resolver questões de membros e a própria instituição são prova desta estranha relação.
        
       Ninguém pode pensar que esse texto é dirigido, pois essa prática acontece em vários redutos políticos, dentro e fora de nosso município. É uma triste realidade verificada nos rincões brasileiros.

      Até mesmo parcela de cabides de empregos é destinada a colaboradores da campanha ou a parentes de líderes das igrejas que apoiaram o candidato. Essa prática inibe a realização de concurso público ou impede que candidatos aprovados sejam convocados. Isso é ético? É legal? É pecado?

      O fato é que o Estado vive uma falsa laicidade. Não basta criticar o estado por suas mazelas e contribuir direta ou indiretamente para que esse estado de coisa permaneça.


Carlos Alberto

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