Falar em trabalho escravo nos dias de hoje parece forçação de barra se lembrarmos da clássica escravidão com navios negreiros, pessoas acorrentadas, açoites, pelourinho, todavia o trabalho análogo ao de escravo é uma triste realidade no mundo e infelizmente também no Brasil.
Algumas marcas famosas, várias pessoas bem posicionadas na sociedade (inclusive parlamentares), grupos econômicos, comércio de fast-food (comida
rápida), diversas linhas de montagem (cadeia de produção), etc, mantém uma relação de
exploração do trabalhador de tal forma que a situação se assemelha ao trabalhos
escravo sem correntes (às vezes com).
O trabalho escravo contemporâneo é aquele trabalho forçado,
sem que o trabalhador tenha liberdade de ir e vir, com ausência de pagamento ou
pagamento de valores irrisórios e aquisição de dívidas pelo trabalhador junto ao
empregador de tal forma que há um vínculo em que o trabalhador nunca consegue
quitar e vive na dependência do explorador.
Aliado a isso há as condições precárias de segurança e
saúde, que expõe o trabalhador a riscos de acidentes e doenças do trabalho bem
como exploração pela jornada exaustiva que são grandes causadoras de
acidentes de trabalho, sem falar na impossibilidade de exercício de vida
social.
Os noticiários recentes dão conta de que a escravidão
moderna é encontrada tanto no meio rural quanto nos centros urbanos, no comércio,
na indústria e até dentro dos lares, como no caso do trabalho doméstico.
Quem
não se lembra dos noticiários envolvendo rede de pastelarias, Zaira, Sadia e
Perdigão, Renner, Pernambucanas, Marisa? isso para citar casos em que houve
denúncia, abertura de processo e condenação de trabalho escravo nas empresas ou na cadeia produtiva.
Há
uma “Lista suja” com o nome das principais empresas que praticam a chaga
vergonhosa do trabalho análogo ao de escravo. Por existir nela empresas que ligam
a nomes poderosos, ela foi grandemente perseguida e questionada judicialmente,
mas o STF julgou constitucional a criação e a manutenção do Cadastro de
Empregadores. Veja em https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/CADASTRO_DE_EMPREGADORES/CADASTRO_DE_EMPREGADORES.pdf
Ela
é fruto da ação das fiscalizações de combate ao trabalho escravo executadas
pelos Auditores – Fiscais do Trabalho do Ministério da Economia, com a
participação de integrantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério
Público Federal, da Defensoria Pública da União, da Polícia Federal, da Polícia
Rodoviária Federal, e por vezes das forças policiais estaduais.
Conforme
o artigo 149 do Código Penal brasileiro, o trabalho análogo ao de escravo se
caracteriza pelos seguintes elementos: condições degradantes de trabalho
(incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos
fundamentais coloquem em risco a saúde e a vida do trabalhador), jornada
exaustiva (em que o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga
de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida), trabalho
forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, isolamento geográfico,
ameaças e violências físicas e psicológicas) e servidão por dívida (fazer o
trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele).
O trabalho análogo ao escravo é crime, é desumano e precisa ser combatido, pois "quem procura trabalho não pode encontrar escravidão".
Isso aí, Caó. Escrever é uma arte. E você tem esse dom!
ResponderExcluirUm dos casos revelados recentemente, da empregada doméstica que além de escravizada era usurpada pela patroa ficou a todos, mas são milhares parecidos que se replicam por aí. os números aumentam no norte e nordeste do país, pessoas que tem suas vidas roubadas pela falta de condições dignas de trabalhar.
ResponderExcluirParabéns!!! Vc sempre tem o brilho de Deus em suas palavras.
ResponderExcluirExcelente texto, Deus continue te usando de forma eficaz no trato de valorizar a causa por justiça social, de Fato o trabalhador brasileiro sofre muito com a desvalorização de seu trabalho, muitas classes de trabalhadores não ganham o que mereciam e ainda são explorados. Parabéns pela reflexão e a atenção por está causa que é de todos nós que lutamos por justiça.
ResponderExcluirExcelente
ResponderExcluirUm forte abraço meu amigo, que Deus continue lhe capacitando cada para desenvolver seu talento 👏🏼👏👏🏼
ResponderExcluirParabéns meu amigo e irmão CAO!!!
ResponderExcluirCreio que Deus levanta líderes para fazer frente às injustiças sociais.
Isso me faz lembrar das palavras de JESUS: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos".
Também me faz lembrar das palavras do apóstolo Tiago: "Vejam, o salário dos trabalhadores que ceifaram os seus campos, e que por vocês foi retido com fraude, está clamando contra vocês. O lamento dos ceifeiros chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos."
Meu irmão, entendo que, no cenário em que o Brasil atravessa, o seu texto ganha muito mais relevância, pois os fundamentos constitucionais estão ruindo, sobretudo o pilar da LIBERDADE. Realmente, o direito de LIBERDADE está agonizando. LIBERDADE de expressão, de opinião diariamente são afrontados. Por expressar opiniões, cidadãos de bem estão sendo calados, amordaçados, presos... sem ter pra quem recorrer. A sagrada LIBERDADE de ir e vir também já está sendo cerceada, por meio de medidas draconianas de governadores, que não se sensibilizam com a fome dos mais pobres e vulneráveis. Não demora muito a LIBERDADE religiosa não mais subsistirá. O grande dragão vermelho já se levantou e a LIBERDADE religiosa está em perigo iminente. Assim, é necessário ficar ligado, pois o velho dragão muitas vezes se disfarça em estrela reluzente.
Queira Deus que se levantem mais “CAO” em defesa do sagrado direito de LIBERDADE.