O
Banco de Horas é uma figura do Direito do Trabalho, que prevê que as
horas suplementares não precisam necessariamente ser pagas como extras,
sendo acumuladas para posterior compensação ou quitação.
Agora que se aproxima o final do ano, quando começamos a fazer
avaliação do ano que vai terminando, verificamos que deixamos muita
coisa de lado para posterior ajuste.
Assim é que aquela frustração do final do ano passado nós resolvemos
jogar no Banco. De igual forma, aquele pedido de desculpas, aquele mal
entendido, aquele vacilo, aquele sentimento de raiva, ódio, desprezo,
aquele sentimento de incompatibilidade - aquele “não vou com a cara”-,
tudo isso foi jogado na conta do tal Banco.
Na compensação espiritual a coisa funcionou mais ou menos assim: hoje
não li a Bíblia, mas amanhã lerei dois capítulos; neste mês não dei o
dízimo, mas também dobrarei o valor no mês seguinte; neste ano não
pegarei cargo, entretanto estarei à disposição de todas as comissões e
organizações; confesso que não estudei a lição, no entanto dei um
jeitinho de ler a conclusão ou aplicação para a vida; não ofertei para
missões, para a EBD, para os eventos especiais, não obstante darei uma
oferta de gratidão; ignorei e não atendi o apelo para uma mudança de
vida, porém me comprometo a mudar a partir de amanhã...
Só que tem uma questão, no Banco de Horas jurídico só é permitido
usá-lo num período máximo de um ano, o que passar disso é ilegal. Aí é
que entra o jeitinho do Banco de Horas na esfera espiritual: novo ano,
novo Banco. É como se abrisse uma filial do banco e tudo é jogado para
dentro dele.
Pode notar: na virada do ano é a hora de se fazer promessas, de se
firmar novos propósitos, de soltar os fogos e com eles queimar o saldo
negativo. A partir do dia seguinte, começa tudo novamente... já com o
saldo do “faz de conta que será diferente”. E no final do novo velho ano
mais filial para dar conta de novas mazelas. Chega-se num ponto que nem
o Bradesco e Itaú juntos conseguem superar os bancos que nós
desesperadamente criamos.
Nesta hora só tem uma solução. Chegar para o banqueiro, declarar falência e se entregar nas mãos dele.
Mas há o resgatador. Aquele que paga toda dívida, restitui a honra e libera do cativeiro.
O saldo negativo ele joga no mar do esquecimento, pois a dívida Ele riscou e pagou com o preço de sangue.
Na verdade o ano ainda não acabou e temos condições de zerar certas
dívidas: ainda dá tempo de fazer uma visita, de pedir desculpas, de
abrir um sorriso... quem sabe reconhecer um erro?
Aquilo que for humanamente impossível, Deus já está trabalhando... mas
façamos o que nos cabe para que ao final do ano possamos deixar o
“Banco” zerado. Afinal, Cristo é nosso resgatador e com Ele tudo novo se
faz!
Carlos Alberto de Oliveira
(19/12/2011)
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