sábado, 14 de abril de 2012

Jesus de calça jeans


       Se Jesus nascesse hoje, provavelmente não seria diferente.
            Certamente seus pais não encontrariam vaga nas maternidades públicas e nem teriam condições de procurar uma da rede privada. Na correria, talvez Jesus nascesse num porão ou até mesmo dentro de uma viatura policial, como geralmente tem acontecido.
            Maria não teria chá de panela, mas muitas amigas lhe dariam presentes e, quem sabe, alguns representantes governamentais ofereceriam à família alguns desses projetos como bolsa família ou coisa parecida.
            Jesus na escola talvez fosse chamado de nerd e poderia até sofrer bulling por conta de sua intelectualidade. No conselho de classe, antes da reunião, os professores ficariam maravilhados com a aprendizagem do menino Deus e ouviria dele reflexão dos assuntos da atualidade e do governo celeste.
            Jesus na sua juventude não andaria em patotinha nem faria parte de grupo de pixadores, pois os seus objetivos não eram compartilhados pelos demais jovens. Mas começaria a formar um grupo de interesses com jovens da periferia.
            Talvez fosse um jogador amador de futebol e se especializaria nas paradinhas antes do pênalti e dominaria com desenvoltura a bola, pois tudo que se dedicava era brilhante. Parábolas nesta idade ainda não era seu forte, mas parar a bola no peito e chutar de bate pronto faria a galera vibrar.
           Quando inicia seu ministério na era da informática, suas mensagens e pensamentos seria retransmitido em todas as redes sociais, de modo que se tornaria uma pessoa popular, mas invejado pelos  hackers, pelos blogueiros e outros que não tinham a penetração na mídia que o jovem galileu. Por que não jovem brasileiro? Porque ele deveria nascer em Belém da Judéia?
            Iria conseguir fazer manobras radicais no windsurf e chegaria a surfar sem prancha. Irado!
            Mas o fato é que suas idéias cada vez mais ultrapassariam fronteiras. Andaria de cidade em cidade para pregas as novidades.
            Desafiaria a medicina com seu método de cura, deixaria boquiaberto os políticos pela sua filosofia de amor e incomodaria governos pela sua mensagem de liberdade, igualdade e fraternidade.
            Muitos talvez pensassem que ele queria fundar um novo partido, dar golpe de Estado ou até mesmo instituir uma nova ordem mundial.
          Criticaria a situação da África e países pobres onde as pessoas morrem de fome e vivem em situação desumana, em detrimento dos países que esnobam seus recursos e não vêem a situação alheia.
            Criticaria os juros abusivos, o sistema de saúde falho em que crianças e idosos morrem em macas e ainda desaprovaria o comércio das igrejas que negociam salvação em nome do Pai..
            Quem sabe iria ser preso por policiais truculentos, sem mandado de prisão, na calada da madrugada e (se fosse na época da ditadura deportado ou morto sem que anunciasse o fato) não teria seu direito ao silêncio respeitado e ainda o espancaria, em franca desobediência ao Princípio da Inocência até que se comprove o contrário?
            Denunciado por diversos crimes, falsas testemunhas se levantariam, o juiz parcial lhe negaria o Habeaus Corpus e nem a Defensoria Pública iria aceitar defendê-lo.
            O júri comprado iria combinar a decisão, ainda que as provas não fossem contundentes e hábeis para proferirem resultado condenatório.
            Se nascesse no Brasil, não seria condenado a pena de morte, mas iria ser morto numa rebelião no presídio e colocado numa cruz pelos comandos e facções, que atenderiam aos desejos das mesmas pessoas que incitaram sua prisão e condenação.
            Se estivesse num país mulçumano, seria condenado à morte como foi Pastor Yousef Nadarkhani, no Irã. Motivo: ele é cristão. Até hoje não se sabe se a sentença foi executada ou não.
            Muitas pessoas iria zombar de Cristo, cuspir nele e pedir que libertasse a si mesmo, ou que recorresse ao STF – Supremo Tribunal Federal  ou ao STC – Supremo Tribunal Celestial.
            Todavia, ele resolveu passar por toda injustiça por amor a mim, a você e a todos que o aceitarem como único salvador de suas vidas.
            Fenômenos meteorológicos antes jamais vistos e explicados aconteceriam durante sua morte... quem sabe todo sistema de comunicação seria afetado, prejudicando os sinais de transmissão de dados, causando pane nos satélites, a ponto de deixar o mundo sem transmissão de TV, de rádio, de internet... muitos acreditariam que o réu era inocente e que de fato se tratava do filho de Deus.
            Seu caso seria manchete em todos os jornais e mais ainda após o terceiro dia de sua morte em que muitas testemunhas iriam comprovar a sua ressurreição.
            Se alguns acham que Elvis não morreu, outros afirmarão que Jesus continua vivo em seus corações e que viverão para pregar suas palavras e viver seus ensinamentos.
            Mas ainda assim, mesmo com o reconhecimento da injustiça praticada sob falsos argumentos jurídicos, governos levantarão em perseguição aos pequenos cristos que se multiplicarão e anunciarão suas mensagens até aos confins da terra.
            Muitos se levantão dizendo ser o Cristo, muitos dirão que ele voltou e apareceu ali e acolá, muitos peregrinarão à terra santa a sua procura, mas como ele mesmo disse: voltarei, mas só o Pai sabe o dia e a hora.
            Tão somente vivamos como se ele fosse voltar hoje, pois quando isso acontecer, todos os jornais informarão em edição especial... mas isso nem será preciso, pois todos os olhos o verão, toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor.
            E você? O que faria se Jesus  batesse agora na sua porta pedindo um copo d`água? E se batesse na porta de seu coração pedindo guarida? Pois saiba que ele vive é quer fazer parte da sua vida e morar eternamente no seu coração.
            Crê você nisso? Então abra a porta e deixe-o entrar.

Carlos Alberto de Oliveira
14.04.2012

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