segunda-feira, 14 de março de 2011

Patmos não é o final

Patmos não é o final

         Atenção senhores passageiros com destino a Nova Jerusalém, próxima parada Patmos, mas atenção: Patmos não é o final.
         Após Patmos, haverá um local de conexão, aonde pessoas vindas de vários lugares se encontrarão. Uma coisa em comum com os demais viajantes – todos querem chegar ao mesmo destino
         Alguns optaram pelo caminho largo, entretanto tiveram problemas  e ficaram para trás. O caminho estreito é bastante problemático, mas é ele quem leva ao destino desejado.
         Muitas pessoas fizeram o trajeto via Egito e foram escravos por muitos anos, atravessaram o Mar Vermelho, peregrinaram pelo deserto e tiveram contato com vários povos hostis.
         Há uma rota via Nínive, cujos moradores impiedosos faziam horrores com os profetas. Muitos passageiros se juntaram ao ninivitas e se tornaram tão cruéis quanto.
         Aqueles que foram conduzidos via Galiléia foram curados, viram milagres e puderam parar nas sinagogas para ouvirem sábios ensinamentos.
         Os que foram por Cafarnaum puderam conhecer um Centurião, cuja fé superou qualquer manifestação havida em todo Israel.
         Por qualquer que seja a opção para Nova Jerusalém, é inevitável passar por vales e montanhas. Muitos não seguiram as orientações do guia e ficaram pelos vales da sombra da morte. Outros ignoraram os avisos para não se juntarem ao julgo desigual e serviram aos falsos deuses encontrados pelos caminhos e seguiram os seus próprios desígnios que ao fim os conduziram ao grande lago de fogo e destruição.
         O povo que saiu de Judá foi conduzido para a Babilônia e lá foi jogado na cova dos leões, mas o capitão não os abandonou e mandou-lhes um subordinado que fechou a boca das feras. Jogados na fornalha de fogo ardente, não sucumbiram, pois lá não era seu lugar de destino e foram libertos e continuam a viajem rumo a Nova Jerusalém.
         Não se desanimem os que em Patmos forem descer... poderão passar problemas, distanciamento dos amigos, injustiças, fome ou privação da liberdade. Quem sobrevive a Patmos  ganha uma experiência diferente, pois será lapidado e tratado a ponto de pisarem serpentes e falarem novas línguas, fazerem leão jejuar e usar o nome que está sobre todos os nomes. Uma procuração lhes foi dada e tudo quanto pedirem no nome do mandante ser-lhe-á feito.
         Muitos ainda virão de Éfeso, Esmirra, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadelfia, Laodicéia e muitos outros lugares. Mas o alvo é chegar a Nova Jerusalém, cujas fontes jorram leite e mel. Tribulações, perseguição e aflições fazem parte do pacote, mas aos que perseverarem será dado a honra de participarem do banquete com o comandante.
         Mas uma coisa tem de ficar bem clara: são diversas paradas, assim como são diversas as fases da vida. Mas aqui não é nosso lugar de descanso e ainda que se tenha de passar por Patmos, não se esqueçam: Patmos não é o final da jornada... é tão somente uma parada, um momento, uma reflexão, um enduro, uma passagem desprezível se comparada com a glória e majestade da tão desejada e eterna Nova Jerusalém.
         Por fim, último aviso: A Rua da Amargura ficou para trás. Avenida dos Desesperados fica à direita; à esquerda a Avenida Beira Mar do Esquecimento, onde seus pecados foram jogados por Deus. Nem todos os caminhos levam a Nova Jerusalém, todavia, para quem descer em Patmos, fica o aviso: Patmos não é o final.
Carlos Alberto de Oliveira

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